São Paulo – O juiz supremo e assessor de Assuntos Religiosos e Relações Islâmicas do presidente da Palestina, Mahmoud Sidqi Al-Habbash, veio ao Brasil para uma agenda que de reuniões e para o 32° Congresso Internacional Para os Muçulmanos da América Latina & Caribe. O evento ocorreu em São Paulo, capital, de 13 a 15 de dezembro, com o tema “Cidadania: Direitos e Deveres”.
Durante o congresso, Al-Habbash, que já ocupou o cargo de ministro de Assuntos Religiosos da Palestina, falou sobre as práticas cidadãs de descendentes de árabes no Brasil. “Nós tivemos muitos encontros com brasileiros de origem árabe. Estimulamos essa relação dos muçulmanos e cristãos para manter essa nacionalidade brasileira. Falamos que ‘o Brasil, hoje em dia, é sua pátria’. Queremos que sejam cidadãos em pleno direito, tanto nas obrigações quanto nos direitos”, afirmou ele à ANBA nesta terça-feira (17).
Para ele, no Brasil as pessoas da diáspora podem manter suas raízes ao mesmo tempo que se envolvem com a nação que os acolheu. “Falamos para eles diretamente que o Islã estimula que o muçulmano seja ativo e firme na sociedade onde mora e onde trabalha, e sobre como fortalecer essa relação. Como conviver como cidadão de origem árabe e manter a postura de ser cidadão de dupla nacionalidade”, explicou.
O congresso reuniu pessoas da comunidade que já estão na 2ª e 3ª geração de famílias vivendo em outros países. Al-Habbash participou em diversas mesas e palestras, incluindo no Simpósio sobre a identidade de Jerusalém, no qual falou com mais profundidade sobre a atual situação palestina.
O juiz participou de reuniões paralelas ao evento. Entre elas, destacou os encontros com líderes da Igreja Católica no Brasil. Nesta segunda-feira (16), Al-Habbash viajou ao Rio de Janeiro, onde se encontrou com o cardeal Dom Orani João Tempesta. No mesmo dia, em São Paulo, a reunião foi com o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. Para Al-Habbash, os encontros reforçaram que “A igreja brasileira e o povo brasileiro estão com o povo palestino”.
Em ambos os encontros, os líderes trataram da situação em territórios considerados sagrados para diversas religiões. “As questões mais importantes da Palestina e Terra Santa são de interesse mútuo ao mundo cristão e muçulmano, e de toda a humanidade. O primeiro ponto são as medidas que estão afetando a vida cotidiana do povo palestino. Entre elas, a proibição da prática de assuntos religiosos tanto dos cristãos quanto dos muçulmanos. Temos centenas de fiéis palestinos muçulmanos que não podem chegar aos seus lugares santos. Agora, vamos celebrar as festas natalinas e os cristãos palestinos têm uma aspiração de chegar facilmente, sem obstáculos, nos lugares santos em Jerusalém e Belém”, explicou o assessor presidencial.