Geovana Pagel
São Paulo – A Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) está prestes a fechar um contrato com importadores egípcios para exportar 300 mil cabeças de gado ao ano ao valor de US$ 670 milhões, segundo informou à ANBA o presidente da Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex-Brasil), Juan Quirós. Este é um exemplo dos bons negócios que estão sendo gerados na 37ª Feira Internacional do Cairo (Cairo International Fair).
"Fiquei muito bem impressionado com a feira. Todos os empresários estão com perspectivas concretas de negócios", afirmou Quirós, que chegou ontem ao Cairo. O evento, que envolve expositores de vários setores da indústria e do agronegócio, segue até sexta-feira (26).
A ABCZ conta com um estande exclusivo, e, além de participar da feira, tem levado informações sobre o gado zebu brasileiro a um instituto de pesquisa genética e a universidades do país árabe. O outro estande, organizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), reúne cinco empresas nacionais.
Uma delas, a Criogen, fabricante de tanques e recipientes de gases comprimidos e liquefeitos, está negociando os últimos detalhes para iniciar a exportação de produtos e a possível formação de uma joint-venture no Egito. A gerente de marketing da Criogen, Adriana Franco, disse à ANBA que na última terça-feira (23) houve uma reunião com empresários egípcios da Goudco Eng. Indus & Gases Company. "Eles solicitaram uma cotação que inclui desde válvulas até complexas plantas de gases", conta Adriana.
De acordo com a gerente, a presidência da empresa, localizada em Várzea Paulista, São Paulo, está preparando uma proposta comercial que deve ser enviada para o Egito ainda nesta semana. "Os egípcios têm pressa e estão realmente dispostos a abrir as portas para as empresas brasileiras", garante Adriana.
Segundo ela, a empresa egípcia trabalha na área de gases há 25 anos. "Eles também são distribuidores de gases como oxigênio, nitrogênio, C02 e argônio", conta.
Além disso, dois empresários sauditas estão interessados em fechar um contrato de representação exclusiva da Criogen no Golfo Arábico. "Eles solicitaram informações técnicas completas de todos os equipamentos, estimativa de preços e catálogos para que possam fazer a divulgação e, possivelmente, o primeiro pedido de cotação", explica Adriana.
Segundo ela, a empresa já está elaborando um contrato de experiência de 18 meses. "Dependendo do resultado dos negócios, o mesmo poderá ser prolongado, com certeza."
Outra empresa, a Ataforma, que fabrica moldes e extratores para sorvetes, estabeleceu parceria com uma empresa da Jordânia, que importará e distribuirá produtos para a própria Jordânia e a Síria. "Os negócios devem começar assim que chegarmos ao Brasil", conta a gerente de exportação da empresa, Viviane Guelli.
A Ataforma, com sede em Araçatuba (SP), também acertou um novo contrato com o seu representante no Marrocos, que agora vai passar a atender também a Argélia, Tunísia, Líbia, Egito e demais países da África, exceto África do Sul.
"Como na África existe um acordo de mercado comum, é mais fácil e mais barato exportar para a região por meio de um distribuidor", explica Viviane.
Segundo ela, a empresa também está negociando um terceiro contrato de distribuição que deve atender todos os países árabes localizados no Oriente Médio, exceto Jordânia e Síria, onde a representação já está garantida.
A quarta-feira no Cairo
O presidente da CCAB, Paulo Sérgio Atallah, chegou ontem(24) ao Cairo, acompanhado do presidente da Apex. Ele ficou empolgado com a movimentação do evento. "A feira está muito boa, o estande está lotado, estamos recebendo muitos contatos. A resposta tem sido ótima", disse Atallah.
No oitavo dia de feira, o estande da CCAB recebeu a visita de um importador do Marrocos, Messaoud Boudrar, da empresa Aswak Almadina, interessado em utensílios domésticos e objetos de decoração. De acordo com o secretário-geral da Câmara, Michel Alaby, o importador pretende visitar o Brasil para estabelecer contatos. "Ele deve visitar o nosso país no período de realização da Feira UD (feira de Utilidades Domésticas, realizada em São Paulo) ou similar", informa Alaby.
Os produtos mais procurados do dia foram: equipamentos médico-hospitalares, ferramentas manuais, matéria-prima para produção de azulejos e cerâmica, produtos petroquímicos, tais como: poliacrílico e máquinas para produção de têxteis.

