São Paulo – O setor de atacado e distribuição cresceu 4,1% em 2009, com faturamento de R$ 131,8 bilhões, R$ 11 bilhões a mais do que em 2008. O montante equivale a cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O crescimento foi puxado principalmente pelo aumento do poder de compra da classe C, composta por cerca de 91 milhões de pessoas. Os dados fazem parte do Ranking ABAD/Nielsen, divulgado nesta segunda-feira, (17) pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), em São Paulo.
O estudo mostrou ainda que o crescimento do volume das cestas de consumo, que inclui itens como bebidas, produtos de higiene, limpeza, alimentos doces, salgados e perecíveis, foi de 2,2% no ano passado. Participaram da pesquisa 391 empresas do segmento de atacado e distribuição.
Segundo João Carlos Lazzarini, diretor da consultoria Nielsen, responsável pelo estudo, além da maior participação da classe média, outros fatores que influenciaram o crescimento do consumo no país foram a preferência por locais de compra que oferecessem praticidade e conveniência ao consumidor e por produtos sustentáveis e que façam bem à saúde, além do aumento da compra de produtos de maior valor agregado e também dos mais sofisticados.
Em relação às regiões do país que impulsionaram o crescimento do setor, o destaque foi para o Nordeste e para o interior de Minas Gerais. Segundo o economista Nelson Barrizzelli, pesquisador nas áreas de Desenvolvimento do Varejo, Economia e Comportamento do Consumidor, o aumento do consumo no Nordeste se deve principalmente ao poder de compra ganho por famílias de baixa renda por meio do programa assistencial Bolsa Família, além do aumento real do salário mínimo ocorrido nos últimos anos.
O segmento atacadista distribuidor é responsável pelo abastecimento de mais de um milhão de pontos de venda em todo o Brasil, o que corresponde a mais da metade do mercado de consumo mercearil – alimentos industrializados, doces, bebidas, produtos de higiene pessoal, limpeza doméstica, produtos farmacêuticos, de perfumaria, etc. – brasileiro.
De acordo com a pesquisa, para 2010 espera-se um crescimento do setor de, pelo menos, 6%. Segundo Carlos Eduardo Severini, presidente da ABAD, esta previsão baseia-se nas expectativas de crescimento do país. "O PIB deve ter um crescimento muito grande esse ano e o setor vai junto", explicou.