Alexandre Rocha
São Paulo – O crescimento das exportações do agronegócio brasileiro para os Emirados Árabes Unidos foi um dos destaques da balança comercial do setor, relativa a outubro, divulgada na semana passada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As vendas para o país do Golfo cresceram mais de 39% em relação ao mesmo mês de 2002.
Os Emirados são um dos países que serão visitados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro, viagem que vai coincidir com a realização da Semana do Brasil em Dubai, maior evento exclusivamente brasileiro já organizado em um país árabe.
Em outubro, os Emirados importaram quase US$ 30 milhões em produtos do setor agropecuário brasileiro, ao passo que no mesmo mês de 2002 o volume foi de US$ 21,3 milhões. Entre os 22 países árabes, os Emirados ficaram em terceiro lugar no ranking dos que mais compraram essas mercadorias do Brasil em outubro. Em primeiro lugar figura a Arábia Saudita (US$ 64 milhões) e em segundo o Egito (US$ 41,3 milhões), dois outros países que serão visitados por Lula.
No acumulado do ano (janeiro a outubro) as exportações do agronegócio para os Emirados cresceram 22,22% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram vendidos US$ 221,7 milhões em 2003, enquanto que em 2002 o volume atingiu US$ 181,4 milhões.
Na soma dos meses de janeiro a outubro, os Emirados ficaram em segundo lugar entre os que mais compraram produtos agropecuários brasileiros na região, perdendo apenas para a Arábia Saudita (US$ 406,5 milhões).
Entre janeiro e outubro, os produtos que tiveram maior aumento nas vendas para os Emirados (percentual de valores), em comparação com o mesmo período do ano passado, foram: óleo de soja refinado; carnes em geral (bovina, frangos e suínos); produtos de couro, especialmente calçados; e madeira compensada e outras. Também houve crescimento nas exportações de celulose e papel, açúcar refinado, café solúvel, além de castanha de caju e milho.
Outros países
As exportações para outros países árabes também apresentaram crescimento expressivo no acumulado do ano. Para a Argélia, por exemplo, foram vendidos US$ 101 milhões em produtos do agronegócio entre janeiro e outubro, 93,34% a mais do que nos mesmo período de 2002. Para a Líbia as vendas aumentaram 349,87%, passando de US$ 1,5 milhão para US$ 6,7 milhões.
Houve aumento também nas exportações para o Sudão (106,1%, US$ 738,7 mil para US$ 1,5 milhão), Dijibuti (97,75%, US$ 4,084 milhões para 8,077 milhões), Bahrein (24,8%, US$ 12,17 milhões para US$ 15,19 milhões), Jordânia (37,19%, US$11,6 milhões para US$ 15,9 milhões), Mauritânia (10,53%, US$ 15,5 milhões para US$ 17,1 milhões), Catar (16,17%, US$ 17,3 milhões para US$ 20,1 milhões), Omã (39,77%, US$ 20,8 milhões para US$ 29,1 milhões), Líbano (32,53%, US$ 27,9 milhões para US$ 37 milhões), Kuwait (36,25%, US$ 36,7 milhões para US$ 50 milhões) e Arábia Saudita (17,1%, US$ 347,1 milhões para US$ 406,5 milhões).
Para os demais países da região houve queda nas exportações, que variaram de -3,49% no caso do Egito a -85,12% para o Iraque. No total, as vendas do agronegócio para os países árabes entre janeiro e outubro aumentaram 2,62% em relação ao mesmo período do ano passado, subindo de US$ 1,411 bilhão pra US$ 1,448 bilhão. Neste total não foi computada a Palestina.
PIB
Estima-se que o setor do agronegócio será responsável este ano por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. O total das riquezas produzidas no campo (PIB do agronegócio) deverá ficar em R$ 454,3 bilhões.
O setor agropecuário deverá fechar o ano com exportações na casa dos US$ 29 bilhões e um superávit em sua balança comercial de US$ 24 bilhões. No ano passado, o saldo da balança do agronegócio foi favorável ao Brasil em US$ 20,3 bilhões.