São Paulo – Acelerar a transição do mundo para emissões líquidas zero de carbono é um dos princípios das recomendações que o setor privado do G20 formulou para os líderes dos seus países. O empresário Dan Ioschpe, chair do B20 Brasil, apresentou esses preceitos na abertura no Summit do B20, que começou nesta quinta-feira (24) na capital paulista e no qual o Brasil foi apresentado como um dos possíveis líderes globais da economia de baixo carbono.
O B20 reúne representantes do setor privado dos países que integram o G20, grupo das maiores economias do mundo, e realiza seu Summit no Brasil já que o País ocupa a presidência do G20. Os chefes de estado do grupo terão sua cúpula ainda neste ano, em novembro, no Rio de Janeiro, e é para esse encontro que o setor privado dessas nações, liderado pelo Brasil, formulou recomendações.
Os princípios orientadores que permeiam as recomendações são: combater a fome e as desigualdades, promovendo um crescimento inclusivo; acelerar a transição para as emissões líquidas zero, fomentando uma transição energética justa; aumentar a produtividade por meio da inovação, integrando tecnologia e competitividade; fortalecer as cadeias globais de valor, assegurando resiliência dos sistemas globais de produção; e valorizar o capital humano com foco no desenvolvimento de talentos e na inclusão social, de acordo com Ioschpe.
“Em um cenário global desafiador, superamos barreiras e trouxemos à mesa soluções concretas para alguns dos problemas mais urgentes da economia e do desenvolvimento socioeconômico mundial”, disse o sherpa do B20, destacando que as recomendações estão alinhadas com as prioridades do G20. “Acreditamos que essas propostas tenham potencial de transformar as economias globais, promovendo um desenvolvimento mais justo e sustentável”, disse.
O Brasil como líder
Lideranças do setor empresarial brasileiro que abriram o Summit colocaram o Brasil em papel de destaque no cenário mundial em transição. “O Brasil, com seu enorme potencial para a produção de energia solar, eólica e de biocombustíveis, reúne as condições ideais para desenvolver tecnologias e negócios inovadores nessa área e ser um dos líderes mundiais da economia de baixo carbono”, afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.
Também presidente do Conselho Consultivo do B20 Brasil, Alban disse que o País e o seu setor privado estão preparados para dar importantes contribuições ao debate global. “O conselho consultivo que presido orientou discussões em áreas que o Brasil pode ajudar a solucionar problemas globais”, afirmou Alban. “Por isso, o conselho consultivo tratou a descarbonização, a bioeconomia e o desenvolvimento do mercado de carbono como elementos essenciais para ampliar a inserção competitiva do Brasil no mercado mundial”, disse.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, também frisou o destaque do Brasil no cenário mundial, sediando grandes eventos como as cúpulas do B20 e do G20, do Brics em 2025, quando o País também vai presidir o grupo, e a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) em Belém, no Pará, também ano que vem. “Como disse o presidente quando tomou posse, o Brasil está de volta ao mundo”, disse Gomes, reproduzindo palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao assumir o governo do Brasil.
B20 em São Paulo
No primeiro dia, mais de 1.300 pessoas compareceram ao Summit do B20 no Clube Atlético Monte Líbano. Participaram da abertura do encontro também o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Jorge Lima, e o sous sherpa do G20 Brasil no Itamaraty, Felipe Hees. Duas empresas de países árabes, a Saudi Aramco e a Sabic, foram as patrocinadoras masters do evento. O Summit do B20 segue nesta sexta-feira (25). A Câmara de Comércio Árabe Brasileira participa do Summit do B20 com seus dirigentes e executivos, assim como apoiando a participação árabe.
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