São Paulo – O Banco BS2, que é digital, está ganhando terreno em serviços internacionais com operações voltadas ao comércio entre o Brasil e o Oriente Médio e com o crescimento da conta internacional lançada no começo deste ano. Em outubro o banco fez US$ 300 milhões em liquidação de câmbio para exportação, dos quais 70% voltados a transações comerciais entre Brasil e Oriente Médio.
As informações foram dadas pelo diretor-executivo de câmbio do banco, Carlos Eduardo Tavares de Andrade Júnior (foto acima), à ANBA. A instituição financeira se associou à Câmara de Comércio Árabe Brasileira neste ano e vem construindo uma relação próxima com empresas que atuam na exportação aos países árabes. O BS2 também é parceiro da Câmara Árabe na Plataforma Ellos, que levará para o digital toda a exportação ao mercado árabe, inclusive a operação financeira, com a utilização de blockchain.
Andrade vê as transações de comércio exterior com o Oriente Médio como um nicho ainda não tão explorado como as com os mercados mais tradicionais e maduros da Europa, Estados Unidos e Canadá. “A gente vê um nicho muito bom”, afirma o executivo. O banco tem correspondente na Turquia, que fica no Oriente Médio mas não é país árabe, e na Alemanha, Espanha, Portugal e Estados Unidos. Andrade não descarta ter um banco como correspondente do BS2 em país árabe.
Na exportação, o BS2 atua principalmente fazendo liquidação de câmbio, mas também faz financiamento à exportação. O fechamento de câmbio para a exportação ocorre quando um banco converte para reais o pagamento recebido em dólar pelo exportador e o financiamento à exportação se dá quando o banco antecipa ao exportador o pagamento pela venda internacional realizada.
O BS2 vem ganhando conhecimento e travando contatos no mercado do Oriente Médio para atender o exportador brasileiro. Andrade afirma que além disso, em função do câmbio ser uma especialidade do banco, a instituição é muito rápida na análise e operação na área, ou mesmo em trabalhos pontuais demandados pelas exportadoras brasileiras.
A instituição também tem tido conversas com bancos do Oriente Médio para ser correspondente deles no Brasil. O objetivo é que esses bancos estrangeiros possam liquidar em reais, em nome dos seus clientes importadores de mercadorias brasileiras, o pagamento da exportação feita por empresas do Brasil. O caminho tradicional é que o exportador receba uma ordem de pagamento em moeda estrangeira e vá buscar um banco no Brasil para fechar esse câmbio: converter o dólar em reais. “Eu ofereço para o banco de lá a possiblidade de ele liquidar a operação do importador que é cliente dele diretamente em reais”, explica Andrade.
O diretor-executivo do BS2 esteve no começo deste ano em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde teve contato com exportadores brasileiros expositores da feira de alimentos Gulfood, e deve voltar à região este ano ainda, em uma viagem que possivelmente incluirá novamente os Emirados Árabes Unidos. “A gente sabe que é um mercado mais complexo que os tradicionais, sabemos que não há tanta oferta de bancos e temos nos aprofundado nesse mercado”, afirmou Andrade para a ANBA sobre o Oriente Médio.
O banco atua em todas as frentes e está aberto a serviços que os exportadores necessitarem. “A gente tem uma tradição de resolver problemas. A empresa tem uma dificuldade, um negócio que outros bancos não sabem como resolver, a gente vai lá e pela experiência consegue fazer uma solução taylor made”, afirma Andrade. O diretor-executivo também se diz orgulhoso da participação na Plataforma Ellos, da Câmara Árabe, onde atuará em operações de câmbio. Ele acredita que a participação aumentará o volume de serviços do banco nas transações de comércio exterior entre o Brasil e os países árabes. O BS2 foi um dos expositores da exposição virtual que ocorreu no Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, promovido pela Câmara Árabe, em outubro.
Para receber e pagar em dólares e reais
Ainda na área internacional, o BS2 teve resultado expressivo com o lançamento de contas internacionais para pessoas físicas em janeiro. Andrade conta que a meta era chegar a 20 mil contas até o final deste ano e elas já são quase 100 mil atualmente. Daqui cerca de 15 dias serão oferecidas também contas internacionais para pessoas jurídicas. A conta pode ser aberta em poucos minutos, baixando um aplicativo, e permite a conversão de dólar para real ou vice-versa 24 horas por dia nos sete dias da semana.
O diretor-executivo conta que a conta internacional foi pensada principalmente para quem viaja ao exterior, mas as viagens diminuíram em função da pandemia. No entanto, houve grande adesão de pessoas que precisam receber dinheiro do exterior, como YouTubers, digital influencers ou outros prestadores de serviços. “Se alguém faz uma ordem de pagamento para a conta dele, ele pode usar o aplicativo e converter na hora que ele quiser”, explica.
Cotada em dólar, a conta permite que o usuário pague despesas no exterior ou mesmo no Brasil, quando o serviço for cobrado em moeda estrangeira. A conta não tem tarifa de manutenção e, segundo o banco, oferece melhores spreads e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) do que o cartão de crédito. Outras aplicações são compras de produtos ou serviços pela internet, pagamento de assinatura de revistas estrangeiras, mensalidades de streaming, games, apps ou qualquer outra conta cobrada em dólar, entre outros.
Banco BS2
O BS2 se posiciona como um banco digital. Não há agências para atendimento ao público, apenas escritórios na capital mineira, Belo Horizonte, onde fica a matriz, e nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. É oferecida toda a gama de serviços financeiros para pessoas físicas e jurídicas, desde contas 100% digitais até investimentos e crédito. O banco foi pioneiro no Brasil na oferta de uma conta três em um: corrente, investimentos e internacional em um mesmo APP.