Alexandre Rocha
São Paulo – O Branco do Brasil (BB) está disposto a apoiar os negócios entre o Brasil e a Arábia Saudita. Ontem (01) os representantes de três grandes empresas estatais sauditas que estão em visita ao país se reuniram em Brasília com o vice-presidente de negócios internacionais, José Maria Rabelo, e outros três diretores do Banco.
"Foram discutidas formas de parceria entre os setores empresariais dos dois países e nós reiteramos o interesse do banco em apoiar estas parcerias, sejam elas nas exportações, importações ou projetos de investimento", disse Rabelo à ANBA. O BB é o segundo maior banco do país, sendo o maior entre os públicos, e o principal agente financiador do comércio exterior brasileiro.
Compõem a delegação saudita Abdallah Dabbagh, presidente da Saudi Arabian Mining Company (Maaden), do setor de mineração; Homood Al-Tuwaijri, vice-presidente da petroquímica Saudi Arabian Basic Industries Corporation (Sabic); e Abdulwahab Al-Sadoon, diretor da agência de investimentos do país árabe, a Sagia.
Boa parte da conversa girou justamente em torno dos setores de energia, petroquímica e mineração. Antes de chegar a Brasília, os executivos sauditas visitaram, no Rio, a Petrobras, a Companhia Vale do Rio Doce e instalações da petroquímica Unipar.
"As ações concretas dependem das empresas, que são os nossos clientes, e a obrigação do banco é dar apoio aos seus clientes", declarou Rabelo. De acordo com ele, foi inclusive discutida a possibilidade de financiamento de projetos conjuntos na Arábia Saudita e no Brasil.
O Banco do Brasil busca aumentar sua presença nos negócios entre o Brasil e o mundo árabe, tanto que está prestes a abrir um escritório em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. "Com os sauditas nós conversamos sobre as perspectivas de integração e sobre o interesse do banco de estar próximo nesse processo", declarou o vice-presidente do BB.
"Com este encontro eles puderam ver que o Brasil dispõe dos instrumentos financeiros para ajudar os negócios entre os dois países", disse Rodrigo de Azeredo Santos, subchefe da divisão de operações de promoção comercial do Itamaraty, que acompanha o périplo dos sauditas pelo Brasil. Os executivos estão no país a convite do Ministério das Relações Exteriores.
Minas e energia
Ontem os sauditas se reuniram também com o secretário-executivo do Ministério das Minas e Energia, Nélson Hubner. De acordo com Santos, os executivos queriam saber informações sobre a legislação aplicada aos setores de mineração e petróleo. Foi explicado que na área de mineração não existe vedação ao trabalho de empresas estrangeiras, a não ser em áreas de fronteira, onde elas não podem deter mais de 50% do negócio.
No caso do petróleo e do gás, os representantes do ministério explicaram como funcionam as rodadas de licitação de blocos de exploração, falou sobre a produção nacional e que o setor é aberto às companhias estrangeiras. "E essa informação foi muito útil para eles", disse Santos.
Ainda ontem, os executivos árabes se encontraram, no Itamaraty, com os embaixadores Ruy Nogueira, chefe da subsecretaria-geral de cooperação, e Mario Vilalva, chefe do departamento de promoção comercial. "Eles falaram sobre o compromisso dos dois governos em estabelecer uma relação de parceria", afirmou Santos.
Hoje os sauditas vão estar em São Paulo onde, pela manhã, vão visitar a sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Amanhã eles seguem para Porto Alegre.