São Paulo – Os bancos do Líbano continuam sólidos apesar da crise financeira internacional. A informação é do presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, que acompanha visita do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ao país árabe. Nos últimos dias ele teve reuniões com representantes de grandes instituições bancárias libanesas.
“A crise não está afetando o sistema bancário do Líbano. Os bancos estão ganhando depósitos e têm uma supervisão forte do Banco Central”, disse Schahin ontem (05). Segundo ele, as instituições libanesas atraem depósitos de clientes de outros países do mundo árabe, por serem considerada seguras.
Quando esteve no Brasil em outubro do ano passado, o banqueiro libanês Adnan Kassar já havia dito que o setor bancário de seu país prosperava mesmo na crise, conforme noticiou a ANBA na época. Kassar é presidente do Fransabank, um dos maiores do Líbano, e também presidente da União Geral das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes.
Schahin disse que é preciso trabalhar para ver se é possível atrair mais investimentos árabes ao Brasil por meio desses bancos. A viagem de Kassab tem foco especial na promoção e negócios e investimentos. Ele está acompanhado por uma delegação de empresários e representantes de entidades setoriais.
A comitiva teve reuniões também na União Geral das Câmaras, na Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura de Zahlé e na Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura de Beirute. De acordo com Schahin, a Câmara de Beirute tem intenção de organizar uma missão comercial ao Brasil.
Acordo
Ontem Kassab assinou um termo de cooperação com o prefeito de Beirute, Abdel Ariss. Segundo informações da Prefeitura paulistana, o acordo envolve ações conjuntas em áreas como saúde, educação e desenvolvimento urbano. Um dos motivos da viagem de Kassab foi conhecer experiências bem sucedidas de recuperação urbana da capital libanesa que possam eventualmente ser adotadas em São Paulo.
De acordo com a Prefeitura, será realizado um estudo técnico sobre o projeto Solidere, programa de reconstrução do centro de Beirute adotado após a guerra civil que assolou o Líbano durante 15 anos. Uma das áreas de São Paulo que podem ser beneficiadas é a da Luz, na região central da cidade.
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Para tocar o Solidere foi criada uma empresa com o mesmo nome. Segundo a Prefeitura, ela tem capital aberto e ações negociadas na Bolsa de Valores de Londres. Desde sua fundação, de acordo com informações da assessoria de imprensa de Kassab, a companhia atraiu US$ 12 bilhões em investimentos internacionais, aplicados na reconstrução da capital libanesa.
Também nesta quinta-feira, Kassab e sua comitiva estiveram com o ministro libanês da Economia e Comércio, Mohamed Safadi. Segundo nota da Prefeitura, o ministro defendeu a criação de linhas aéreas e marítimas entre o Brasil e o Líbano.
Na quarta-feira, Kassab recebeu uma homenagem da comunidade brasileira de Chtaura, cidade localizada no Vale do Bekaa, a 44 quilômetros de Beirute. Segundo sua assessoria, cerca de 70% da população local é composta por brasileiros natos ou naturalizados.

