São Paulo – As instituições bancárias do Líbano não só sobreviveram aos efeitos da escassez global de crédito, mas registraram crescimento significativo em seus ativos, depósitos e lucro líquido. A informação foi divulgada pelo jornal libanês The Daily Star.
“A atividade dos bancos libaneses, medida em termos de total de ativos, aumentou em US$ 13 bilhões em 2008, ou 13%, impulsionada por depósitos realizados por clientes, que somaram US$ 11 bilhões. A tendência se acentuou ainda mais no primeiro semestre de 2009, de acordo com estatísticas preliminares do Banco Central”, informa um relatório do Bank Audi, sediado no país, em relatório sobre o desempenho do setor bancário do país árabe.
Ainda segundo o documento, a expansão da atividade bancária é um indicador da forte confiança no setor bancário do Líbano. O capital tende a cruzar fronteiras e ‘fugir’ para os bancos e instituições mais imunes do mundo.
O relatório informa também que o lucro líquido do setor bancário cresceu 26,7% em 2008. Foi o sexto ano consecutivo em que o setor bancário libanês registrou uma taxa de crescimento superior a 10%.
O principal desafio para os bancos do país este ano é fazer com que o lucro continue a crescer, apesar da previsão de redução no spread dos bancos locais, resultado da redução nas taxas internacionais de juros que ocorreu no ano passado.
A crise, que exerceu um impacto negativo sobre a qualidade dos ativos dos bancos no mundo todo, não afetou em nada a qualidade dos ativos dos bancos libaneses em 2008, de acordo com o relatório.
Em termos macroeconômicos, os bancos do Líbano contam com uma base estável de depósitos, sustentada pela entrada recorrente de capital, formada em sua maior parte por remessas de libaneses que trabalham em outros países, que somam quase US$ 6 bilhões ao ano. O Líbano tem uma das mais altas taxas de remessas per capita do mundo.
Ainda segundo o relatório do Bank Audi, os bancos libaneses seguem os padrões internacionais de regulamentação, sendo supervisionados pelo Banco Central e pela Comissão de Controle Bancário, responsável pelo gerenciamento de risco e controle do sistema.
O relatório conclui, no entanto, afirmando que reformas estruturais serão necessárias para que a resistência dos bancos libaneses seja mantida no longo prazo.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

