Brasília – Os bancos brasileiros têm capacidade para resistir ao impacto de uma forte queda nos preços de imóveis residenciais, indica simulação divulgada nesta quinta-feira (20) pelo Banco Central (BC), no Relatório de Estabilidade Financeira. De acordo com o documento, a simulação foi feita devido à importância da oscilação de preços de imóveis para a estabilidade financeira.
Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, a simulação foi feita com base na queda de preços de imóveis nos Estados Unidos, que gerou a crise financeira internacional, iniciada em 2008. Conforme o relatório, apesar de, em tempos de normalidade, o valor da venda do imóvel em leilão pelo banco cobrir quase totalmente o valor do empréstimo do inadimplente, o dinheiro recuperado pela instituição financeira após o pregão equivale a apenas 70% do preço da residência.
Com isso, só se considera insolvência (perda total do capital principal da instituição) de algum banco se houver queda de 55% no preço dos imóveis. E, para que houvesse desenquadramento de algum banco em relação às regras de exigência de capital, teria que ocorrer queda de 45%. “Ambos os choques são maiores do que a queda acumulada, ocorrida em um período de três anos, entre os valores máximo e mínimo dos imóveis residenciais nos Estados Unidos durante a recente crise do subprime [créditos de alto risco vinculados a imóveis, com garantia insuficiente] de 33%”, diz o relatório.

