São Paulo – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está negociando a oferta de financiamento a outros países para aquisição de máquinas e bens de capital brasileiros. De acordo com informações dadas à ANBA pela assessoria de imprensa da instituição financeira, o BNDES está em contato com bancos do exterior para “tentar viabilizar o financiamento a importadores que queiram comprar bens brasileiros pelo BNDES Exim Automático”. O Exim Automático é a linha de crédito para bancos no exterior que tem por objetivo financiar a compra de bens brasileiros e com isso fomentar as exportações.
Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o BNDES ofereceria o financiamento a indústrias da América Latina e África. Segundo informações do banco, a linha já está disponível na Argentina. O BNDES assinou, na metade de agosto, contrato com o Banco Itaú, que vai oferecer o crédito no país sul-americano por meio de sua filial. No ano passado, a Argentina foi o país que mais comprou bens de capital do Brasil, com US$ 13,4 bilhões. O BNDES está em negociação, segundo informações da instituição financeira, com outros bancos da América Latina, no Chile, Peru, Colômbia e Panamá.
Com países da África, no entanto, não há nada de concreto, segundo o banco brasileiro. No continente africano ficam alguns países árabes, como Argélia, Sudão e Egito, que são importadores de máquinas nacionais. Os argelinos, por exemplo, gastaram US$ 21,8 milhões com compras de bens de capital do Brasil no ano passado, enquanto o Egito importou US$ 12,3 milhões e o Sudão US$ 7,9 milhões, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Quando falou sobre a linha de financiamento do BNDES, o presidente Lula afirmou que ela deve ajudar a aumentar as exportações brasileiras de máquinas para África e América Latina. De acordo com declarações feitas por Lula na última semana, as exportações para as duas regiões ajudaram o Brasil a sair antes da crise que outras nações. No ano passado, o Brasil teve receita de US$ 13,4 bilhões com exportações de bens de capital e máquinas.
O Exim Automático é voltado para pós-embarque. Para operar na área, o banco no exterior normalmente faz um contrato “guarda-chuva” com o BNDES. A instituição financeira lá fora, então, tem liberdade para fomentar as operações com seus clientes locais, os importadores, e assume o risco de crédito frente ao BNDES. Os desembolsos são feitos ao exportador, no Brasil, após o embarque, à vista e em reais. A vantagem, segundo o BNDES, é que o cliente do exportador brasileiro pode financiar suas compras com custo e prazo competitivo.

