Geovana Pagel
São Paulo – Especialidade da fábrica de chocolates DoceCafé, o bombom trufado de gianduia belga com café, poderá ser exportado para países como Emirados Árabes Unidos, Noruega, Suécia e Alemanha ainda em 2004. A empresa familiar, sediada em Jundiaí no interior de São Paulo, há um ano já vende boa parte da produção mensal de uma tonelada nas free shops dos aeroportos internacionais de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Para conquistar uma fatia do mercado externo, e não só das compras dos viajantes que passam pelo Brasil, a empresa investe no atendimento de exigências específicas dos futuros importadores.
“Nossas amostras já foram enviadas, degustadas e aceitas em Dubai, que é o maior comprador de chocolates do mundo”, disse Mariza Diniz, responsável pelas exportações da DoceCafé, que está desenvolvendo embalagem própria, com caixa de madeira e escrita em árabe. “Também estamos em fase de negociação com a Noruega, Suécia e Alemanha”, acrescentou.
História
A fábrica tem uma história bastante peculiar. Por pura paixão pela cozinha, a proprietária, Maria Ignez Adurens, hoje com 80 anos, fazia chocolates apenas para o consumo da família. De forma artesanal ela derretia o chocolate em banho-maria, em panelas de 5 Kg, até alcançar a temperatura de 45 °C.
“Depois eu despejava o chocolate em pedra-mármore e batia com espátula até baixar à temperatura de 29°C, ideal para o chocolate belga", contou Maria Ignez.
Foi com esse processo que, no ano 2000, ela criou o bombom DoceCafé, com o qual ganhou o concurso do Museu dos Cafés do Brasil, criado para comemorar a reinauguração do local onde funcionou antigamente a Bolsa Official do Café em Santos, no litoral paulista, e também eleger o doce oficial da cidade.
Alguns meses depois, a chocolateira ainda utilizava o processo manual, desta vez para fornecer comercialmente o DoceCafé à cafeteria do museu, conforme contrato previsto no regulamento do concurso. Com a compra de máquinas foi possível ampliar a produção e contratar 17 pessoas.
"Em períodos de maior consumo, como Natal e Páscoa, contratamos em média mais 10 funcionários temporários", disse a proprietária.
Variedade
Pela variedade de cores e sabores, os chocolates da DoceCafé têm a cara do Brasil, que hoje é o quinto maior produtor mundial de chocolates, com 327 mil toneladas, ficando atrás dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França.
Dentre as guloseimas da DoceCafé estão os chocolates frutados nos sabores de laranja, morango e limão e os de caramelo, ao leite e branco; chocolates diet, amargo e ao leite com 63% de cacau, adoçados com maltitol, sem apresentar aquele sabor residual amargo dos adoçantes.
Há também os bombons de frutas brasileiras, como cupuaçu e graviola, feitos com cacau orgânico e os bombons de vinho do Porto, amaretto, champanhe, gengibre, crocantes, nozes, avelãs, gianduia pura, entre outros.
“Todos os produtos da marca possuem mais de 50% de cacau e não recebem adição de nenhum tipo de gordura vegetal nem de conservantes”, afirmou Maria Ignez, que ainda se ocupa no processo de elaboração do chocolate.
Sabor premiado
Embora a produção não seja somente de chocolates com café, o bombom que dá nome à empresa, segundo Maria Ignez, ainda é o mais vendido e conhecido. Feito com pó de café brasileiro e gianduia belga, o DoceCafé apresenta uma textura cremosa e delicada. Para chegar a esta composição foram mais de três meses de pesquisa e testes.
"É difícil manter a cremosidade do chocolate com o sabor do café. Normalmente o café endurece o chocolate, que, por sua vez, encobre o sabor do café. Para evitar isso, em geral, coloca-se essência. Mas nós usamos o próprio café e criamos uma textura especial", ressaltou ela.
Onde encontrar
No varejo nacional os chocolates da DoceCafé podem ser encontrados na Cafeteria do Museu dos Cafés do Brasil, instalada no antigo prédio da Bolsa Official do Café, em Santos, e no Café Santo Grão, na livraria especializada
em gastronomia Mille Foglie, na tabacaria Lennat e na loja do Hotel Gran Estanplaza, todos em São Paulo.
Contato
55 (11) 4586.9677

