São Paulo – O Bordando o Futuro, que surgiu em 2004 como um projeto de inclusão social por meio de bordados manuais, acaba de virar uma cooperativa e começa a buscar oportunidades no exterior. As peças produzidas por cerca de 60 bordadeiras em Itaperuna, região noroeste do estado do Rio de Janeiro, já estão em Paris, na França.
"Nossa expectativa e nossos sonhos ganharam uma dimensão nova agora. Estamos orgulhosas e animadas com a oportunidade", conta a coordenadora Maria Alice França de Oliveira, professora que após a aposentadoria decidiu cursar Direito e, depois de alguns anos advogando, descobriu na arte de ensinar bordado sua grande realização.
"Na verdade o que ocorre é uma grande transformação na vida das pessoas que procuram o projeto. Melhora a auto-estima, surgem novas amizades, novos objetivos e é a garantia de uma renda extra para muitas famílias", diz Maria Alice. "Se nosso trabalho fizer sucesso no exterior vai representar uma melhoria de vida ainda maior para muita gente", observa.
As aulas de bordado são gratuitas e ocorrem nas segundas, quartas e sextas-feiras. Cerca de 300 mulheres já participaram dos encontros no espaço de 80 metros quadrados alugado pela Prefeitura Municipal de Itaperuna.
As bordadeiras que atuam no projeto aproveitam as sobras de retalhos e materiais de empresas locais para produzir bolsas, almofadas e apliques para a indústria da moda. Segundo Maria Alice, dentre os trabalhos mais recentes estão encomendas de confecções do Noroeste Fluminense, vendas e participações em eventos no Brasil.
No ano passado, conta a empreendedora, receberam um pedido especial de 386 bolsas-sacolão para o Projeto Tamar, da Petrobras. Além disso, participaram por meio da Secretaria Estadual de Cultura da última Feira da Providência, no Rio, e também bordaram apliques que foram utilizados no Carnaval 2010 do Rio pela Escola de Samba Mirim Mangueira.
Prêmios
O Bordando o Futuro conquistou o prêmio Rio Cultura Nota 10, em 2007, e foi eleito Ponto de Cultura no ano passado. O grupo vai receber uma verba de R$ 180 mil em três anos que serão investidos no projeto. "Vamos comprar computadores, máquinas e equipamentos novos. Em três anos teremos uma mini confecção no espaço da nova cooperativa", comemora Maria Alice. O grupo produz mensalmente cerca de 200 peças. Cada bordadeira fatura em média R$ 400 e R$ 500 por mês.
Contato
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