Rio de Janeiro – Entre as indústrias extrativas e de transformação do Brasil, das 9,4 mil empresas com mais de 100 trabalhadores, 70,5% inovaram no ano passado. As informações constam da Pesquisa de Inovação (Pintec) Semestral 2021: Indicadores Básicos, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É considerada inovação a introdução de algum produto novo ou substancialmente aprimorado, incorporação de processo de negócio novo ou aprimorado para uma ou mais funções de negócios.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (15) e o levantamento feito em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esta é a primeira edição da pesquisa, cujo objetivo é produzir uma nova geração de indicadores sobre inovação no setor industrial brasileiro extrativista e de transformação.
“É uma alta taxa, de 70%, de empresas que realizaram algum tipo de inovação, num cenário de pandemia. De alguma maneira, as empresas estão respondendo a esse cenário adverso que não começou só com a pandemia. As empresas respondem às crises. E um primeiro olhar, pareceu um cenário positivo”, afirmou o gerente de pesquisas temáticas do IBGE, Flávio Peixoto.
Segundo o estudo, 37,8% das empresas inovaram tanto em produto quanto em processo de negócios, seguidas das que inovaram apenas em processo de negócios (20%) e apenas em produto (12,7%). Dentre os setores mais inovadores, destacaram-se as atividades de fabricação de produtos químicos (87%), fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (86,5%) e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (84,7%).
Apesar de terem conseguido introduzir um produto novo ou aprimorado no mercado ou incorporado algum processo de negócios inovador, 59,1% das empresas inovadoras enfrentaram alguma dificuldade para fazer isso durante o ano passado. Fatores de natureza econômica foram apontados como dificuldade para mais da metade das empresas inovadoras: instabilidade econômica (57,1%), acirramento da concorrência (53%) e capacidade limitada dos recursos internos (50,5%).