Da redação
São Paulo – O Brasil deve conquistar, no próximo semestre, dois importantes mercados para exportação de frutas. A expectativa resulta de negociações realizadas em abril no Japão e em Cingapura por uma missão composta por representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, produtores e exportadores de frutas.
Segundo o assessor para assuntos internacionais do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do ministério, Gilson Westin Cosenza, que, juntamente com o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacir Saraiva, visitou estes países, há um enorme potencial para importação de frutas, principalmente maçã, uva, melão, citrus e manga.
Em Cingapura, a missão visitou a Feira FHA 2004 – Food & Hotel Ásia (feira de alimentos e hotelaria), da qual participaram exportadores brasileiros, e reuniu-se com o presidente da associação de importadores de frutas daquele país, Daniel Tay, que reafirmou o interesse em negociar com o Brasil.
Na oportunidade, também foram apresentadas às autoridades do setor de defesa vegetal as bases do Programa Brasileiro de Produção Integrada de Frutas.
Já as exigências para importação, como o Certificado Fitossanitário e uma declaração de que as frutas estão livres da mosca do mediterrâneo e são produzidas em área livre da “requeima das folhas da seringueira” (Mycrocyclus ulei) não constituem problema, “pois nossas frutas destinadas ao mercado externo são produzidas em áreas onde não ocorre essa praga”, explica Cosenza.
Ele destaca que, além de importador, Cingapura é um importante entreposto comercial que reexporta para seus vizinhos asiáticos cerca de 40% das frutas importadas, o que abre perspectivas ainda maiores para o comércio de maçã, uva, citrus e, provavelmente, melão.
Quanto ao Japão, as exigências para regulamentar a importação de mangas brasileiras – feitas pelos técnicos da Plant Protection Division – já foram aceitas e serão atendidas pelo Ministério de Agricultura. O próximo passo será o Ministério da Agricultura japonês colocar o documento em consulta pública, após o que será assinado pelo diretor do Bureau de Segurança Alimentar e Proteção dos Consumidores, que corresponde ao secretário de Defesa Agropecuária do ministério brasileiro, que também deverá assinar o documento.
Cosenza espera que essa tramitação esteja concluída em dois ou três meses, após esse período o Brasil poderá inciar a exportação de mangas para o mercado japonês. Os exportadores já trabalham com uma previsão de 100 toneladas da fruta por semana e 5.200 t/ano. “Só a região de Petrolina (Pernambuco) pode exportar mais 15 mil toneladas/ano, afirma Cosenza, lembrando que em 2003 o Brasil exportou – principalmente para os EUA e União Européia – 128.431 toneladas de manga, faturando mais de US$ 70,9 milhões”.
O potencial brasileiro de exportação pode ser avaliado considerando-se que em 2003 foram produzidas 542 mil toneladas de mangas comerciais das variedades Tommy Atkins (85%), Haden (8%) e Keitt Kent (5%).

