São Paulo – O Brasil passou a fazer parte do acordo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para conservação e gestão de recursos pesqueiros em alto mar. O país é o 38° estado a fazer parte do acordo internacional e aderiu ao tratado durante cerimônia na sede da FAO, em Roma, ontem (2).
O representante brasileiro na assinatura do acordo foi o ministro da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca do Brasil, Altemir Gregolin. O acordo é um dos poucos instrumentos internacionais que tratam das atividades de pesca em alto mar. Os estados participantes asseguram que os navios com sua bandeira sigam práticas responsáveis em alto mar.
Em discurso, Gregolin disse que o Brasil se orgulha de ter participado ativamente de todos os processos de negociação dos instrumentos jurídicos internacionais em vigor com respeito às atividades de pesca e aquicultura. "Com a adesão de cada novo país ao acordo nos aproximamos da meta de garantir que cada barco que pesque em alto mar realize a atividade de forma responsável, assegurando uso sustentável dos recursos pesqueiros marinhos”, acrescentou o diretor-geral adjunto de Pesca da FAO, Ishiro Nomura.
A adesão brasileira aconteceu no marco da 28ª Sessão do Comitê de Pesca da FAO, que ocorre em Roma. O encontro tem a participação de representantes de mais de 80 países que debaterão, entre outros temas, o relatório O Estado Mundial da Pesca e Aquicultura (SOFIA) de 2008. Segundo o documento, as práticas de pesca responsável precisam ser mais utilizadas e os planos de gestão devem ser expandidos para incluir estratégias relacionadas à mudança climática.
América Latina e Caribe é a região que apresenta a maior taxa de crescimento de produção da aquicultura no mundo, segundo a FAO. O crescimento médio anual da aquicultura na região foi de 22% entre 1970 e 2006, enquanto a média mundial foi de 8,8%. "A aquicultura é o setor da produção de alimentos de origem animal que cresce mais rápido e, pela primeira vez, pode abastecer a metade do total de pescado consumido no mundo", acrescentou Jorge González, Oficial Principal de Pesca do Escritório Regional da FAO.
O Chile é o segundo maior produtor de salmão do mundo, com 31% do total, e o sétimo maior produtor de pescados para consumo humano. Na última década, a produção total de salmão na América Latina e Caribe superou a de camarão, graças ao crescimento da produção chilena. “América Latina e Caribe têm um excedente de pescado, mas em geral sua população prefere comer carne vermelha”, disse González.

