São Paulo – Após a notícia de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,8% no primeiro trimestre deste ano sobre os últimos três meses do ano passado, a expectativa, no governo e no mercado brasileiro, é de que o período de abril a junho deste ano apresente números melhores. A queda significou recessão técnica. “Achamos que o segundo trimestre vai ter um resultado positivo em relação ao primeiro trimestre, mas talvez ainda não em relação ao segundo trimestre de 2008”, disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Sobre o mesmo período do ano passado, a queda do PIB foi de 1,8%.
O governo prometeu, por meio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, novas medidas para estimular a economia brasileira. Já vem sendo adotada a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mas de acordo com o ministro da Fazenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem (09) medida provisória com regras de operação do Fundo Garantidor de Crédito para Pequenas e Médias Empresas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo ele, já está preparando as regras para a viabilização desse crédito.
“O presidente estava tranqüilo, ele já tinha indicações de que haveria um resultado negativo, mas também tinha elementos mostrando que a economia está melhorando”, disse o ministro Paulo Bernardo, após uma reunião com Lula. Segundo ele, o presidente quer manter medidas de estímulo ao crédito.
Mantega espera que haja um crescimento de 1% no PIB do Brasil neste ano e lembra que a recuperação da economia é gradual. “Como o tombo foi grande no ano passado, você tem uma recuperação lenta. Ela vai aparecendo aos poucos, não é que vá ser um crescimento esfuziante, no segundo e no terceiro trimestre. Estamos falando de uma melhora gradual”, disse o ministro. Mantega lembrou que problemas enfrentados pelo setor siderúrgico, em função da crise internacional, influenciaram o desempenho da economia no primeiro trimestre, mas que as empresas do setor devem voltar a produzir mais nos próximos meses.
A queda de 0,8%, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi menor do que a esperado pelo governo e mercado. O governo esperava recuo de 1,5%. O mercado apostava em uma queda maior, de 2,5%. Sobre o mesmo período do ano passado, o governo esperava recuo de 2,4% e o mercado de 3,4%. A maior queda, no primeiro trimestre deste ano, aconteceu no setor industrial, com 3,1% de retração. Na agropecuária o índice ficou negativo em 0,5% e no setor de serviços ficou positivo em 0,8%.
Também houve queda grande na formação bruta de capital fixo, que indica o nível de investimentos, entre janeiro e março sobre outubro, novembro e dezembro do ano passado. Ela despencou 12,6%, o maior recuo desde que foi iniciada a série histórica, em 1996. Sobre o primeiro trimestre do ano passado, houve recuo de 14% nos investimentos.
*Com informações da Agência Brasil

