São Paulo – O Brasil aumentou em 29,2% a receita com vendas aos países árabes nos quatro primeiros meses deste ano, segundo informações compiladas pelo Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira com base em dados do governo federal. As exportações saíram de US$ 4 bilhões de janeiro a abril de 2021 para US$ 5,2 bilhões no mesmo período de 2022.
No crescimento pesaram os preços altos da maioria dos principais produtos exportados, já que o Brasil vende ao mercado árabe especialmente alimentos, que estão com as cotações elevadas globalmente em função da pandemia e da guerra da Rússia. O desempenho, porém, também foi reflexo do aumento nos volumes embarcados de alguns produtos, caso da soja, do milho e do trigo.
O produto que o Brasil mais exportou ao mercado árabe nos quatro primeiros meses do ano, em valores, foi o minério de ferro. As vendas do produto, porém, recuaram 17% para US$ 925 milhões. Houve pequena queda na quantidade embarcada. O segundo item mais exportado foi a carne de frango, com US$ 882 milhões e avanço de 23% nas vendas em valores. O crescimento também foi reflexo apenas de preços maiores, já que os volumes enviados tiveram pequeno recuo, de 2%.
O terceiro produto que o Brasil mais vendeu aos árabes neste ano foi o açúcar, com receita de US$ 728 milhões e crescimento de 15% na receita, mas queda de 5% na quantidade. O quarto produto foi a soja em grãos, com alta de 100% na receita da exportação, para US$ 518 milhões, e crescimento expressivo também no volume embarcado, de 48%. A carne bovina foi a quinta mercadoria mais vendida, com US$ 426 milhões e alta de 88% em receita, além de avanço em volume.
Entre os demais produtos vendidos pelo Brasil ao mercado árabe se destacaram ainda o milho e o trigo, na sexta e sétima posições. Os brasileiros faturaram US$ 358 milhões com exportações de milho aos árabes, com alta de 64% em valor e de 30% em quantidade. Em trigo, um produto que está em falta no mercado mundial atualmente, o Brasil vendeu volume 326% maior e obteve com isso receita de US$ 311 milhões, valor 485% mais alto do que nos primeiros quatro meses de 2021.
Em conjunto, os países árabes seguem sendo o terceiro maior mercado do Brasil no exterior, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, que ocupam o primeiro e o segundo lugar no ranking, respectivamente. Os grandes compradores de produtos brasileiros no mundo árabe foram Egito, em primeiro lugar, seguido por Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Argélia e Bahrein, nessa ordem.