Isaura Daniel
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São Paulo – Os países árabes estão consumindo mais papel brasileiro. As exportações de papel do Brasil para a região somaram US$ 37 milhões entre janeiro e julho deste ano, com crescimento de 49,8% sobre o mesmo período do ano passado. Nos mesmos meses do ano passado, as fábricas brasileiras de papel haviam faturado US$ 24,9 milhões com vendas de papel para os países árabes. Em volume as vendas deste ano ficaram em 52,9 mil toneladas, contra 41,7 mil toneladas exportadas em 2006. O aumento foi de 11,2%, inferior ao crescimento em receita, o que significa que houve um acréscimo de preços.
"Com o poder de compra maior na região, o consumo também aumenta", explica o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby. O papel importado pelos árabes, de acordo com ele, é usado principalmente para embalagens. "Muitos produtos os árabes compram de fora e embalam nos seus países", diz o secretário-geral. De fato, dos US$ 37 milhões exportados para os países da Liga Árabe, mais de US$ 31 milhões correspondem a papel para embalagem. Em volume, o papel para embalagem ultrapassou 43 mil toneladas das 52,9 mil totais.
O Brasil, de acordo com Michel Alaby, é um tradicional exportador de papel não somente para os árabes, mas para o mundo. O Brasil exportou, no ano passado, 1,9 milhões de toneladas em papel, de acordo com dados do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef). Em receita, as vendas nacionais de papel alcançaram US$ 1,5 bilhão em 2006. Alguns países do Oriente Médio, de acordo com o secretário-geral, também reexportam o produto para outras nações da região. É o caso, por exemplo, dos Emirados Árabes Unidos.
Entre os países árabes, o maior importador do papel brasileiro foi o Egito. O país do Norte da África gastou US$ 15,6 milhões com compras do produto, o que equivaleu a 21,5 mil toneladas. Os sauditas foram o segundo maior comprador de papel nacional, com US$ 7,4 milhões e 10,5 mil toneladas. O terceiro maior importador árabe foi a Argélia, com compras de US$ 4,5 milhões e 5,8 mil toneladas. Os Emirados foram o quarto, com US$ 3,7 milhões e 4,9 mil toneladas, e o Líbano o quinto, com US$ 2,3 milhões e 1,5 mil toneladas.
O Egito aumentou as suas compras de papel nacional em 52,8% nos sete primeiros meses deste ano em relação aos mesmos meses do ano passado. A Arábia Saudita fez importações 42,8% maiores e a Argélia 1.405%. As compras dos argelinos estavam em apenas US$ 302 mil entre janeiro e julho de 2006. Os Emirados importaram 82% a mais e o Líbano 50%. Dos 22 países da Liga Árabe, 16 adquiriram papel do Brasil nos sete primeiros meses deste ano.