São Paulo – A indústria brasileira obteve no ano passado a melhor exportação de máquinas da história. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (31) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O Brasil faturou US$ 14 bilhões com essas vendas em 2023, um aumento de 14,6% sobre o ano anterior.
Em coletiva de imprensa, a diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, disse que as exportações surpreenderam. “Quando a gente olha o resultado na séria histórica, o dado de 2023 supera o dado de 2012, que foi o melhor resultado, está 13% acima do melhor resultado do setor”, disse Zanella.
A executiva diz que essa é a grande notícia dentro da indústria de máquinas e equipamentos. “A gente conseguiu exportar bastante mesmo num cenário internacional de relativa desaceleração. A gente vê vários países no mundo aumentando taxas de juros para controlar a inflação, isso acaba influenciando na atividade doméstica desses países e mesmo assim, a gente conseguiu exportar bastante no ano de 2023”, afirmou.
A diretora de Mercado Externo da Abimaq, Patrícia Gomes, disse não há um fator específico que explica o recorde na exportação, mas destaca as compras dos Estados Unidos, que tiveram participação importante como destino, e lembra que as empresas são incentivadas pela Abimaq a participar de ações de promoção no exterior.
Como o consumo interno de máquinas não foi favorável, ela também cogita que as indústrias tenham buscado alternativas no exterior. “Espero que esse não tenha sido o motivo, que as empresas que atuam no mercado internacional se mantenham para que a gente consiga manter esse número e até ampliar”, disse. A projeção da Abimaq é que a exportação cresça perto de 1% em 2024, o que já é considerado bom em função do patamar atual.
A produção da indústria brasileira de máquinas e equipamentos não teve um desempenho positivo geral no ano passado. A queda da receita líquida foi de 11% sobre o ano anterior, ficando em R$ 285,9 bilhões no total, em função dos resultados das vendas domésticas. O recuo da receita líquida interna foi de 15,4% para R$ 215,2 bilhões. O bom desempenho da exportação, no entanto, amenizou os resultados.