São Paulo – O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, lançou nesta terça-feira (27) o Plano Safra 2023/2024, destinando R$ 364,22 bilhões para financiamento da agricultura e da pecuária de grandes e médios produtores rurais do Brasil. As condições especiais para produções ambientalmente sustentáveis foram destaque.
O volume de recursos disponibilizado é 26,8% maior do que o Plano Safra anterior. “Eu não tenho medo de dizer para vocês que todos os anos a gente vai fazer planos melhores do que no ano anterior”, disse Lula em cerimônia em Brasília. Mostrando que trabalha pelo fortalecimento do setor, apesar de dissidências políticas que há de parte do agronegócio em relação ao seu governo, ele disse: “Esse País só vai dar certo se todo mundo ganhar”.
O presidente defendeu a sustentabilidade da agricultura e da pecuária brasileiras e a recuperação de terras degradadas para que o País produza mais. “Nós não precisamos desmatar nada para criar mais gado, para plantar mais soja, nós temos possibilidade de recuperar milhões de hectares de terra degradadas que esse País tem”, disse.
Do total de recursos anunciados, R$ 272,12 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização. Outros R$ 92,1 bilhões serão para investimentos. As taxas de juros vão variar de 7% ao ano a 12,5% ao ano.
O grande destaque do plano é o incentivo aos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. Haverá juros menores para quem tiver com o cadastro ambiental em ordem e adotar práticas de produção consideradas mais sustentáveis, como orgânica ou agroecológica, bioinsumos, tratamento de dejetos na suinocultura, pó de rocha e calcário, energia renovável na avicultura, rebanho bovino rastreado e certificação de sustentabilidade.
Vários programas do governo darão benefícios para quem cuida do meio ambiente, como o Programa para Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro), que apoia a agricultura de baixo carbono com quase R$ 7 bilhões em crédito. O programa vai ampliar seu escopo, englobando a recuperação de pastagens degradadas para a produção agrícola. A taxa de juros para essa produção será a menor, de 7%.
Lula também afirmou que dará atenção à questão orçamentária da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que, segundo ele, está com poucos recursos para investimentos. “Eu quero visitar a Embrapa para ver se a gente consegue fazer a Embrapa voltar a ser a empresa orgulho do agronegócio brasileiro”. Nesta quarta-feira (28), o presidente anuncia o Plano Safra da Agricultura Familiar, com cerca de R$ 77 bilhões em recursos.