Da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acredita que o país fechará o ano com superávit em transações correntes, o que não acontece desde 1994. A afirmação foi feita há pouco durante exposição na Comissão Mista do Congresso Nacional que trata sobre fiscalização e controle da economia.
A conta corrente, que engloba os resultados da balança comercial (exportações e importações) e da conta de serviços (que inclui o pagamento de royalties, fretes, despesas com turismo e também os juros da dívida), além de transferências de renda para o exterior e vice-versa, é considerada o melhor termômetro da situação do país com o exterior.
Meirelles disse que a ameaça da volta da expiral inflacionária foi debelada e que as condições favoráveis para a retomada do crescimento indicam uma economia mais forte a partir do ano que vem, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 3,5% em 2004.
O presidente do BC disse ainda que o sucesso das políticas de controle monetário e fiscal, adotadas este ano pelo Banco Central, reduz as incertezas sobre a economia e cria um clima favorável à recuperação dos investimentos.
Para o executivo, a retomada dos investimentos necessários ao crescimento do país depende da estabilidade e previsibilidade das medidas e ações fiscais, nos moldes em que o banco vem atuando, de "total transparência e comunicação dos seus atos". Por isso os investimentos externos estão de volta, segundo ele, com média de US$ 900 milhões no último trimestre.
Meirelles salientou que os fundamentos da economia brasileira hoje são sólidos, o que se reflete na redução das taxas de juros de médio e longo prazos no mercado, que foram reduzidas à metade, em relação a outubro do ano passado. Esse comportamento, no seu entender, impulsiona melhor rítimo da atividade econômica, já manifestada nos sinais de recuperação da indústria e aumento das operações de crédito no mercado.
Falta de informações
Para Meirelles, que ontem participou Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em Goiás, um dos obstáculos ao crescimento do país são as dificuldades que os empresários estrangeiros ainda encontram para obter informações sobre as potencialidades de investimentos no Brasil.
No evento, empresários e autoridades brasileiras e alemãs discutiram medidas que poderão incrementar o volume de comércio entre as duas nações.
"Para crescer de forma sutentável, precisamos de eventos como este, que fazem com que os empresários de outros países possam conhecer mais as nossas possibilidades. Isto elimina um dos obstáculos ao nosso crescimento, que é extamente o fato de em muitos países, não haver a divulgação necessária dos nossos produtos", disse.