São Paulo – Os zebus criados no Brasil poderão ser cruzados com animais da raça baladi do Egito. Desde ontem (17) está no país árabe um grupo de brasileiros do setor para discutir a possibilidade com a Universidade de Alexandria, no Egito.
A equipe é formada pelo gerente de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Gado Zebuíno (ABCZ), Gerson Simão, o assistente de Relações Internacionais da entidade, Guilherme Soares, e o diretor da empresa Agroexport, Alexandre Cunha. Eles ficam no Egito até amanhã (19).
Em 2007, foi assinado um protocolo sanitário entre os dois governos que liberou as exportações brasileiras de sêmen, embriões e animais vivos para o Egito. No mesmo ano, as empresas associadas ao consórcio de exportação Brazilian Cattle Genetics realizaram a doação de um pacote tecnológico – incluindo sêmen e embriões – ao Egito.
"A ABCZ está fazendo, primeiramente, o trabalho de promoção das empresas
associadas e das raças zebuínas, uma vez que o mercado egípcio é interessante não somente para empresas de genética, mas também para empresas de produtos veterinários, sementes de pasto e animais vivos para reprodução e abate", diz o supervisor de Relações Internacionais da ABCZ, Jorge Dias.
Os primeiros contatos da associação foram feitos com professores de Ciências Agrárias da Universidade de Alexandria, quando estes visitaram a ExpoZebu, uma das maiores feiras do setor agropecuário, em 2006. Agora, a ABCZ espera despertar o interesse de criadores egípcios para o cruzamento entre zebus brasileiros e animais da raça baladi, apropriados para a produção de carne e de leite. O frigorífico brasileiro Minerva já realizou a venda de animais vivos para o país árabe.
Dias conta que ainda não foram feitas exigências específicas em relação aos animais brasileiros. "O processo de melhoramento genético da raça local está apenas começando. Como é um projeto sob supervisão da Universidade de Alexandria, na medida em que forem identificadas as necessidades específicas, serão feitos os pedidos diretamente para as centrais de inseminação do Brasil", afirma.
No Egito, além dos animais resultantes das doações brasileiras, a comissão deve visitar ainda possíveis importadores, além de um confinamento ou frigorífico.