Dubai – O ministro da Economia dos Emirados Árabes Unidos, Sultan Bin Said Al Mansoori, disse que há muito trabalho a ser feito para aumentar o fluxo de investimentos diretos entre seu país e o Brasil.
“Mesmo com o grande número de visitas de lideranças brasileiras, nós ainda não vimos um impacto no fluxo de investimentos, investimentos nos Emirados ou vice-versa, dos Emirados no Brasil”, disse Mansoori em resposta a uma pergunta da reportagem da ANBA durante coletiva de imprensa realizada após a cerimônia de abertura do Annual Investment Meeting (AIM), conferência sobre investimentos estrangeiros diretos que começou nesta segunda-feira (09) em Dubai. “Muito mais precisa ser feito”, acrescentou o ministro.
Ele destacou que os dois países precisam explorar melhor o potencial de cada um. “O Brasil é uma economia enorme, não na só na América Latina, mas no mundo, e precisamos entender melhor as áreas e setores que vocês gostariam que nós investíssemos e, por outro lado, nós gostaríamos de ver uma maior presença de empresas brasileiras vindo aqui e investindo nos Emirados para [atingir] a região”, declarou.
Mansoori lembrou que esteve no Brasil em 2013 e gostou do que viu. “Fiquei feliz em ver o que estava acontecendo nas relações entre os dois países, em termos de comércio e de investimentos”, afirmou. “Há muitos produtos brasileiros aqui nos Emirados. A segurança alimentar é algo importante para nós, e o Brasil, como um dos maiores exportadores [de alimentos], certamente fornece para os Emirados e para a região”, disse.
O ministro lembrou também que os Emirados têm investimentos no Brasil, como o terminal que a DP World, de Dubai, opera no Porto de Santos. “Eles parecem estar indo muito bem lá”, comentou.
Nos Emirados
No caso dos Emirados, Mansoori disse que o país quer atrair investimentos principalmente para a indústria de transformação, para o setor de produtos farmacêuticos, para energias renováveis e para a área de tecnologias da informação como um todo.
Para tanto, o governo local está prestes a aprovar uma lei de investimentos que garante direitos aos investidores, embora o ministro garanta que o país já tem um ambiente seguro. “Na área de inovação, por exemplo, precisamos ser flexíveis, o empreendedor quer ser dono de mais de 49% do negócio, é preciso mais abertura. É por este caminho que os Emirados estão indo”, ressaltou. Fora de zonas francas, estrangeiros precisam ter um sócio local e não podem deter mais de 49% do negócio.
Na indústria de transformação, a meta do país é ampliar a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) de 9,5% para 15%. Em inovação, o objetivo é chegar a 5% do PIB.
O ministro disse ainda que a previsão para o crescimento do PIB dos Emirados este ano varia de 3,6% a 3,9%, mas que ainda é cedo para dar certeza, pois fatores como preço do petróleo e a situação política na região podem influir no desempenho. O aumento das cotações do petróleo, por exemplo, pode induzir o crescimento.