Da Agência Brasil
Windhoek (Namíbia) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje a Namíbia na última etapa de sua viagem à África. Entre os objetivos da visita, está o incremento das relações comerciais entre o Brasil e o país africano, que chegaram a apenas US$ 7 milhões este ano. Isso para um produto interno bruto superior a US$ 3 bilhões, pouco menor que o de Moçambique, com quem o Brasil tem quatro vezes mais transações comerciais. O Itamaraty anunciou a presença de empresários brasileiros do setor naval na visita ao país.
Durante a visita, será anunciada a doação da corveta Purus, da Marinha brasileira, à Ala Naval das Forças Armadas da Namíbia. Paralelamente à cooperação naval, os dois países pretendem diversificar a pauta bilateral. A Namíbia tem interesse especial pela cooperação na área agrícola, bem como nas questões de saúde (DST/AIDS e produção de anti-retrovirais).
Tal como em Moçambique, o Brasil vai iniciar projeto de cooperação que prevê o tratamento de 100 pacientes soropositivos, com medicamentos e assistência técnica. Dados da ONU indicam que até 20% da população namibiana pode estar infectada com o vírus HIV.
Juntamente com a epidemia de AIDS, a questão agrária constitui a maior ameaça à estabilidade em toda a região da África Austral. Na Namíbia, o problema revela desequilíbrios estruturais herdados do sistema sul-africano.
O governo instituiu um programa de venda voluntária de terras, cujo sucesso tem sido limitado, e anunciou desapropriações, mas pretende resolver o problema dentro dos marcos legais. Por isso, o Brasil vai orientar a Namíbia no que diz respeito ao assentamento e a titulação de terras.
Mas não só o setor rural receberá auxílio. Experiências brasileiras na construção de moradias populares vão ser apresentadas e podem ser adotadas para contribuir com o desenvolvimento urbano local.
Infra-estrutura
Por ser vizinho da África do Sul e de Angola, duas potências regionais, a Namíbia tem ampliado sua participação nos esforços regionais de integração física. O país dispõe de boa infra-estrutura viária e portuária, além de zonas de processamento de exportação na região de Walvis Bay.
No norte e nordeste do país, foram instaladas indústrias e zonas de processamento de exportações com o objetivo de atender os mercados de Angola e da Zâmbia. A região está em amplo crescimento.
Apesar do bom desempenho econômico do país, persiste uma das piores distribuições de renda do mundo, fruto do sistema do apartheid vigente até a independência, assim como uma alta taxa desemprego.

