São Paulo- Um hospital particular da Arábia Saudita será o primeiro no mundo árabe a operar com o software de gestão de saúde Tasy, desenvolvido pela unidade brasileira da Philips. O trabalho para o desenvolvimento do sistema com os requisitos específicos para aquele hospital começou em fevereiro desse ano e a data de implantação ainda está sendo definida.
“O Tasy é usado desde o registro do paciente na recepção e em funções como encontrar uma cama para o paciente e a refeição que ele vai comer até o registro de dados médicos por cardiologistas, oncologistas, etc.”, explica Jérôme Galbrun, líder global de Marketing de Electronic Medical Records (EMR) da Philips.
Criado pela empresa catarinense Wheb Sistemas, o Tasy passou a ser desenvolvido e aprimorado pela Philips desde 2010, quando a companhia holandesa comprou a brasileira. Hoje, o Tasy é usado em mais de mil hospitais pelo Brasil e, em 2013, a solução passou a ser comercializada no exterior, começando pelo México.
O Tasy pode ser utilizado nas mais diferentes funções na gestão de saúde, incluindo controle de fluxo de caixa, prontuário eletrônico, controle de faturamento e contabilidade, entre outras.
Cada versão do Tasy desenvolvida para uso no exterior conta com uma equipe de gerentes e desenvolvedores brasileiros que trabalha junto ao cliente estrangeiro para a criação de um sistema personalizado. “Desenvolvemos com o cliente. O que o cliente recebe é exatamente aquilo que ele esperava conseguir”, afirma Galbrun.
O segundo cliente a adotar o Tasy no exterior foi um hospital na Alemanha, no qual o sistema começou a ser desenvolvido em fevereiro desse ano para entrar em operação em março de 2018.
A Arábia Saudita é o terceiro mercado no exterior para o qual a Philips leva o software brasileiro. Galbrun diz não poder revelar o nome do hospital saudita, mas conta que o local já era cliente da Philips e que, interessado em expandir suas atividades, decidiu pela utilização do Tasy para a gestão de suas tarefas. “Já mandamos grupos para Riad e já coletamos os requerimentos dos médicos e da administração”, conta o executivo.
“Estamos desenvolvendo o software e também fazendo a ‘arabização’. O software irá operar em inglês e árabe, pois há funcionários sauditas e também expatriados no hospital”, diz Galbrun.
O executivo considera a Arábia Saudita como um mercado “muito interessante”. “O país tem uma grande demanda em melhorar seu sistema de saúde. Eles querem melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem lá”, afirma. Galbrun lembra ainda que há um forte interesse do governo em que a iniciativa privada assuma um papel maior em setores como a saúde.
Ele afirma que há semelhanças na gestão de hospitais no Brasil e na Arábia Saudita. “As pessoas tentam otimizar [os processos] o máximo possível. O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em termos de digitalização de hospitais”, declarou, dizendo que na Europa há muitos hospitais cujos processos ainda são feitos em papéis.
“Existe essa similaridade [entre Brasil e Arábia Saudita] de querer ter uma gestão de saúde totalmente digitalizada. Os Estados Unidos têm feito isso de uma forma muito mais cara, enquanto o Brasil tem feito isso de um jeito mais barato e rápido”, avalia.
Galbrun destaca que o Tasy “é um exemplo de negócio de sucesso que nasceu no Brasil e foi para fora do País”. O software é o primeiro sistema de gestão de saúde brasileiro desenvolvido pela Philips que passou a ser comercializado fora do País.
De acordo com Galbrun, a empresa já está mantendo conversas com hospitais em outros países do bloco do Conselho de Cooperação do Golfo, que além da Arábia Saudita inclui Emirados Árabes Unidos, Catar, Omã, Bahrein e Kuwait. Segundo ele, o fato de a empresa estar desenvolvendo o software em árabe despertou o interesse de hospitais nos países vizinhos.