São Paulo – O Brasil exportou 563.955 sacas de 60 quilos de café aos países árabes no primeiro semestre, um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Conselho dos Exportadores de café do Brasil (Cecafé). A receita com os embarques, porém, recuou 11,6% na mesma comparação, para US$ 85,9 milhões.
Isso ocorreu principalmente porque o preço médio da saca no primeiro semestre de 2018 ficou 10,5% abaixo do registrado no período de janeiro a junho de 2017, segundo as informações do Cecafé.
No total, o Brasil exportou quase 14,5 milhões de sacas nos seis primeiros meses deste ano, um recuo de 4,2% sobre o mesmo período do ano passado. O faturamento com as vendas externas caiu 14,2% na mesma comparação, para US$ 2,2 bilhões.
Em junho, no entanto, os embarques cresceram 12,7% em relação ao mesmo mês de 2017, para quase 2,5 milhões de sacas. A receita cambial ficou em US$ 363 milhões, uma redução de 1% na mesma comparação.
No ano safra de julho de 2017 a junho de 2018, foram embarcadas 30,3 milhões de sacas, uma queda de 8,4% sobre o ciclo anterior. As receitas caíram 14,3% no mesmo comparativo, para US$ 4,9 bilhões.
O presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, disse em comunicado que o total exportado ficou dentro das previsões do setor, entre 30 milhões e 31 milhões de sacas, mas ele ressaltou que o resultado poderia ter sido melhor em cerca de 5% “se não fosse a forte redução de oferta do café conilon (robusta), causada por questões climáticas que afetaram as safras de 2014/15 e 16”.
“A queda na produção criou uma expectativa junto aos produtores que resultou na elevação de preços, ficando em patamares superiores aos praticados pelo mercado internacional e inibindo a exportação”, disse Carvalhaes, segundo nota do Cecafé. No ano safra, o café arábica respondeu por 86,4% das exportações brasileiras, o solúvel por 11,4% e o robusta por apenas 2,2%.
O executivo acrescentou, porém, que as perspectivas para a próxima safra são de uma produção recorde de 58 milhões de sacas, o que, em sua avaliação, levará o setor a “fechar o ano civil com uma boa performance”. “Vamos recuperar o espaço perdido no mercado consumidor no exterior”, declarou.
Os principais mercados do café brasileiro no ano safra foram os Estados Unidos, seguidos da Alemanha, Itália, Japão, Bélgica, Rússia, Turquia, Reino Unido, Canadá e França. O Reino Unido foi o principal destaque com um aumento de 25,44% nas importações de café brasileiro em relação ao ciclo 2016/2017, segundo o Cecafé.