São Paulo – O Hospital Sírio-Libanês (HSL), de São Paulo, e a Câmara de Comércio Árabe Brasileira vão promover um programa de intercâmbio na área médica com países árabes. Já na próxima semana, profissionais do HSL viajam ao Oriente Médio para fazer contatos com instituições da região que têm interesse em parcerias.
De acordo com o diretor clínico do hospital, Riad Younes, a ideia é levantar quais são as necessidades de cada país e propor as iniciativas de cooperação mais indicadas. As conversas com instituições sírias são as mais avançadas. A Universidade de Damasco, por exemplo, pretende criar um centro de transplantes de fígado e quer o know-how que o HSL tem na área.
Ainda na capital síria, Younes e o superintendente de Estratégia Corporativa do hospital paulista, Paulo Chapchap, pretendem dar dois mini simpósios sobre transplantes de fígado e de pulmão em casos de câncer.
Posteriormente, o plano é trazer médicos sírios para fazer treinamento no HSL e mandar profissionais brasileiros ao país árabe para realizar cirurgias, até que seus colegas locais tenham domínio dos procedimentos.
O HSL é um dos mais renomados hospitais do Brasil e domina técnicas avançadas, como a realização de cirurgias com a utilização de videoconferência e da robótica. Além de transplantes e tratamento de câncer, os sírios, segundo Younes, têm interesse em intercâmbio na área de atendimento emergencial. Fora a universidade, outras instituições sírias envolvidas na iniciativa são os ministério da Saúde, da Educação Superior e da Emigração.
Younes e Chapchap conversaram sobre o tema nesta segunda-feira (27) com o presidente da Câmara Árabe, Salim Taufic Schahin, o vice-presidente de Marketing da entidade, Rubens Hannun, o vice-presidente Administrativo, Marcelo Sallum, e os diretores Toufic Sleiman e Mustapha Abdouni.
Além da Síria, os médicos vão visitar, no mesmo giro, o Líbano, Doha, no Catar, e a Cisjordânia, na Palestina. “A ideia é verificar o que eles precisam e a abrangência [dessas necessidades]”, afirmou Younes.
No Líbano, por exemplo, os profissionais do HSL vão conversar com representantes da Universidade Americana de Beirute e da Universidade de Balamand para estabelecer intercâmbio nas áreas acadêmica e de saúde. “Já na Cisjordânia, nós queremos sondar as possibilidades de colaborar com as autoridades palestinas”, acrescentou Younes.
Em Doha, os médicos vão retribuir uma visita feita recentemente por profissionais do Catar interessados em ações de cooperação com o hospital brasileiro.
De acordo com Younes, os contatos com instituições árabes começaram a partir da primeira viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Oriente Médio e Norte da África, em 2003. O médico destacou que, no momento em que descobriram que no Brasil havia um hospital de excelência mantido pela comunidade de origem sírio-libanesa, as instituições árabes que tinham interesse em cooperação internacional passaram a contatar o HSL para viabilizar parcerias.
Rubens Hannun ressaltou que o hospital já tem acordos de cooperação com instituições árabes, como é o caso do Hospital Sahlou, de Sousse, na Tunísia. Ele acrescentou que a viagem vai servir para fazer um “diagnóstico” dos interesses dos profissionais da região para que seja possível montar um plano de parceria de longo prazo e que possa ser estendido para outros países árabes.

