São Paulo – Foram feitos nesta semana novos envios de doações brasileiras ao Líbano. O Porto de Beirute, na capital do país, foi atingido por forte explosão no dia 04 de agosto, deixando 191 mortos, seis mil feridos e 300 mil desabrigados. A tragédia causou comoção e uma corrente de solidariedade no Brasil.
Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) partiu para o Líbano no começo de agosto com seis toneladas de doações, parte do governo e parte recolhida por entidades que formam o Movimento de Ajuda Humanitária ao Líbano. O governo também enviou, por navio, quatro mil toneladas de arroz para ajudar a abastecer os estoques libaneses.
Nesta quinta-feira (3), foram enviadas mais seis toneladas de medicamentos e materiais hospitalares por via aérea, por meio da DHL, em um oferecimento do governo federal. Também foram embarcados e estão por partir dois contêineres com alimentos e vestuários por via marítima. O navio seguirá viagem na próxima terça-feira (8).
As informações são do presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), Mohamed Zoghbi. De acordo com Zoghbi, serão enviadas ainda outras duas toneladas de medicamentos via Turkish Airlines, em viagem oferecida pela companhia.
As doações estavam guardadas em armazéns da Fambras e da Cruz Vermelha. Nesta quinta-feira, o ex-presidente do Brasil, Michel Temer, acompanhou o estufamento dos contêineres, no armazém da Cruz Vermelha, ao lado de outras autoridades, entre elas religiosos. Na foto cima, grupo na frente de contêiner. Temer foi incumbido pelo governo federal de liderar a missão humanitária brasileira ao Líbano. No primeiro envio, ele e outras autoridades foram até o país árabe entregar os donativos.
De acordo com Zoghbi, a campanha pela ajuda ao Líbano vai continuar, mas com arrecadações financeiras, agora para ajudar na reconstrução de hospitais e moradias destruídos e danificados pela explosão no porto. O presidente da Fambras afirmou que será avaliada a melhor maneira para fazer os recursos chegarem até o país.
“É uma demonstração de solidariedade do Brasil, é característica do brasileiro ser solidário, principalmente com o Líbano, já que há muitos descendentes de libaneses no Brasil”, disse Zoghbi para a ANBA sobre as doações. Pesquisa divulgada recentemente pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, feita pelo Ibope Inteligência e H2R Pesquisas Avançadas, revelou que os árabes e descendentes são 6% da população brasileira e a maior parte deles é do Líbano.
O Movimento de Ajuda Humanitária ao Líbano é formado pela Fambras, Câmara Árabe, Associação de Juristas de Origem Libanesa – Instituto Kanoun, Associação Médica Líbano-Brasileira, Câmara de Comércio Brasil-Líbano, Clube Atlético Monte Líbano, Cruz Vermelha Brasileira, Eparquia Maronita do Brasil, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Fundação Cristã da Diáspora Libanesa, governo federal, Hospital do Coração, Hospital Sírio-Libanês, Mesquita Brasil, Embaixada do Líbano no Brasil, Prefeitura de São Paulo, Sociedade Beneficente Muçulmana e União Nacional Islâmica.