São Paulo – A Brasil Foods, empresa que resultou da fusão da Sadia com a Perdigão, confirmou nesta quinta-feira (11) que vai construir uma fábrica de alimentos processados no Oriente Médio. A unidade será instalada nos Emirados Árabes Unidos ao custo de US$ 120 milhões, segundo a companhia.
Desde 2007 a Sadia diz ter interesse em uma fábrica na região, mas com a crise de 2008, que afetou profundamente a companhia e resultou na fusão com a principal concorrente, o projeto não saiu do papel. A intenção, porém, nunca deixou de ser manifestada publicamente por executivos da empresa.
De acordo com nota da BRF, os investimentos serão realizados em duas etapas. A primeira vai consumir US$ 95 milhões e a segunda, US$ 25 milhões. A fábrica deve entrar em operação, segundo a companhia, no final do próximo ano. Quando ela estivar totalmente operacional, a intenção é produzir 80 mil toneladas anuais de alimentos.
A empresa diz que o Oriente Médio é “estratégico” para seu projeto de internacionalização. A região é o maior mercado do frango brasileiro no exterior, sendo que o produto é o carro chefe da BRF e a marca Sadia é uma das mais conhecidas por lá.
Segundo a nota, o Oriente Médio responde por 31,8% das exportações da BRF. Seus produtos são exportados atualmente para os Emirados, Arábia Saudita, Egito, Kuwait, Catar, Bahrein, Iraque, Jordânia, Líbano e Irã.
Para a companhia, a fábrica “deverá se constituir num importante pólo para consolidar a [sua] posição de liderança”. Ela espera também impulsionar o acesso a outros mercados, ter mais flexibilidade para adaptação de produtos ao gosto local e fortalecer a distribuição.
A BRF aproveitou a divulgação de seus resultados do segundo trimestre e primeiro semestre para anunciar a construção da fábrica. Ela informou que teve lucro líquido de R$ 881 milhões nos primeiros seis meses de 2011, um aumento de 279% em comparação com o mesmo período do ano passado. O faturamento cresceu 16% e ficou em R$ 12,3 bilhões. O EBITDA (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou em R$ 1,6 bilhão, com margem de 13%.
Apesar do anúncio de uma nova fábrica, a empresa terá que se desfazer de ativos e marcas que já possui para cumprir acordo firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que órgão aprovasse a fusão entre Sadia e Perdigão.

