Isaura Daniel
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São Paulo – O Brasil importou no ano passado 2,5 mil toneladas em mármores e granitos de países árabes. O volume representou acréscimo de 77% sobre o total comprado em 2006, que ficou em 1,4 mil toneladas. Quase a totalidade das importações foi de mármore. Em valores, as importações de mármores e granitos representaram US$ 879,7 mil, com alta de 73% sobre os US$ 506 mil do ano anterior.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (Abirochas), Sérgio Azeredo, países do mundo árabe e arredores, como Egito, Líbano, Irã e Turquia, são produtores de mármore, principalmente do tipo travertino, que é do qual o Brasil importa da região em maior volume. O empresário explica que o Brasil também produz este tipo de mármore, mas ele é diferente do produzido localmente. O mármore travertino árabe, segundo ele, tem as fendas mais fechadas do que o brasileiro.
Do total que o Brasil importa em mármores e granitos do mundo árabe, mais de 90% vem do Egito, país que fica no Norte da África. Os países da região que vendem mármore ao Brasil são Egito, Líbano, Omã e Emirados. Uma pequena quantidade de granito – menos de 40 toneladas – vem também do Egito. Os Emirados, de acordo com o presidente da Abirochas, normalmente reexportam o mármore de países dos arredores, como o Irã.
Azeredo acredita que este acréscimo nas importações se deve ao maior contato entre empresários das duas regiões. “Antes comprávamos o mármore deles através da Itália e da Espanha. Mas com a maior participação em feiras lá e o maior contato começamos a comprar direto da fonte”, afirma o líder empresarial. Ele acredita que as importações deste tipo de material árabe tendem a aumentar ainda mais.
Azeredo não acha ruim que o país importe mármores do mundo árabe, apesar de também ter uma indústria atuante nesta área. “É bom, é uma relação de duas mãos”, diz. Segundo ele, é importante que o Brasil também importe produtos da região para a qual exporta. Ainda mais que há diferenças entre o mármore produzido no mundo árabe e no Brasil. E as exportações do setor brasileiro de pedras ornamentais para a região, na verdade, são muito maiores do que as compras que o Brasil faz de mármores e granitos de lá.
Na verdade, a balança comercial do segmento brasileiro em geral (com todas as regiões do mundo) é superavitária para o Brasil. São faturados cerca de US$ 1,1 bilhão com exportações e gastos US$ 44 milhões com importações. O mármore travertino que o Brasil importa dos árabes normalmente é usado para revestimento interno de residências. Azeredo acredita que os principais responsáveis pelas compras sejam revendedores de materiais de construção, que encontram nele uma opção mais barata ao produto brasileiro e europeu.

