Geovana Pagel
São Paulo – As importações brasileiras de matérias-primas utilizadas na fabricação de fertilizantes, oriundas de países árabes como Arábia Saudita, Egito, Líbano e Marrocos, cresceram 17,7% de janeiro a agosto de 2003. Este crescimento é justificado pela boa fase da produção agrícola brasileira, que também é responsável pelo aumento das vendas do segmento de máquinas e equipamentos agrícolas.
De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até agosto de 2003, o Brasil comprou US$ 105,6 milhões em matéria-prima para fertilizantes, contra US$ 86,9 milhões importados no mesmo período de 2002.
O maior fornecedor árabe é o Marrocos, que exportou para o país US$ 73,6 milhões de janeiro a agosto do ano passado e, durante os mesmos meses deste ano, vendeu US$ 93 milhões para as empresas brasileiras.
Na opinião de Carlos Alberto Pereira da Silva, diretor da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA), "a expansão do agronegócio brasileiro e a sua capacidade produtiva representam o incentivo ao crescimento do consumo de fertilizantes".
Segundo ele, os produtos de maior influência no consumo de fertilizantes são, pela ordem, a soja, participando do total com 32% em média nos anos de 2000 a 2002, o milho com 18%, a cana-de-açúcar com 12% e o café com 7%, totalizando 70% da demanda. Outros grãos representaram 7%, os quais somados ao milho e a soja totalizam 57% da demanda total.
“As boas perspectivas para a safra dos grãos, sem dúvida, representam um fator favorável ao aumento do uso de fertilizantes”, diz o diretor da ANDA.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento na fabricação de adubos e fertilizantes articulou-se, principalmente, ao aumento da produção da cana-de-açúcar e de grãos, sobretudo da soja (para a qual se destinam quase 35% do total produzido pelas indústrias do setor), café, milho e trigo.
A expansão de 13,7% ocorrida no setor de produtos industriais utilizados pela agricultura (crescimento de 19,0% no primeiro semestre de 2002) refletiu tanto a expansão do segmento de máquinas e equipamentos agrícolas (23,0%), quanto o de adubos e fertilizantes (4,9%).
Ainda segundo o IBGE, estes resultados encontram-se influenciados pela antecipação de compras destes insumos por parte dos produtores agrícolas e pela valorização cambial, que desempenha um importante papel em um setor que depende de importações.
Tomando-se por base o volume de produção e importação de 2002, alguns insumos considerados as principais matérias-primas para a fabricação de fertilizantes chamam mais atenção pela grande participação percentual nas importações. É o caso do enxofre (100%), o cloreto de potássio (88%), o sulfato de amônio (85%), o superfosfato triplo (61%), o fosfato de monoamônio (60%) e o nitrato de amônio (59%).
Fosfertil Ultrafertil
Há três anos, a Fosfertil Ultrafertil importa enxofre, como commodity, da Arábia Saudita. De acordo com o gerente de suprimentos da Fosfertil, Vilalba Trierveiler, o primeiro contrato foi feito por meio de uma trading da Suíça. “Somente este ano passamos a comprar diretamente dos empresários árabes”, diz Vilalba.
Em 2002, a companhia manteve sua posição conjunta de principais fornecedores de insumos para fertilizantes, respondendo, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, por cerca de 36,7% das vendas de nutrientes fosfatados e 34,6% das vendas de nutrientes nitrogenados.
O resultado consolidado da Fosfertil no ano passado somou R$ 258,3 milhões, 88,7% superior ao do exercício anterior, favorecido pela forte desvalorização cambial e pela melhora no resultado financeiro. A Fosfertil e a Ultrafertil permanecem como os principais fornecedores de nutrientes fosfatados e nitrogenados para a indústria de fertilizantes.
As vendas direcionadas aos produtores de fertilizantes representaram 79,8% do faturamento total da companhia no período, sendo o restante composto basicamente por produtos fornecidos às indústrias químicas.
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Fosfertil Ultrafertil
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Anda
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