São Paulo – A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) vai levar sete empresas nacionais para participar da feira Sweets & Snacks Middle East, que acontece de 09 a 11 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A participação brasileira no evento é promovida em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Jazam, Montevérgine, Nugali, Peccin, Riclan, Simas e Vonpar irão expor seus produtos no evento, que é exclusivo para o setor de confeitaria e petiscos. É o segundo ano em que a Abicab leva companhias nacionais para a feira. Rodrigo Solano, gestor de Exportação da Abicab, conta que a participação em 2013 foi experimental, com três indústrias, mas trouxe bons resultados.
“Em 2013, fechamos US$ 1,6 milhão em negócios, o que dá uma média de US$ 533 mil por empresa. Se a gente repetir esse sucesso esse ano, devemos ter cerca de US$ 3,5 milhões em negócios”, prevê o executivo.
Solano conta ainda que duas das marcas que vão à feira já estão adaptando suas embalagens com o conteúdo totalmente em árabe. Por questões estratégicas, porém, ele não revela quais são as empresas. O executivo diz ainda que há empresas do setor que também estão buscando pela certificação halal, que atesta que os produtos são fabricados dentro das normas da lei islâmica.
De acordo com Solano, para um confeito ser considerado halal avalia-se seus ingredientes. “Para balas de gelatina, por exemplo, não se pode usar tutano de porco”, explica.
Nos últimos anos, a Gulfood, principal feira de alimentos do Oriente Médio, vinha sendo maior vitrine para os produtos de confeitaria. Entretanto, uma mudança da organização da feira vem transferindo as empresas do setor para a Sweets & Snacks. Para Solano, isso pode ter um efeito positivo sobre as vendas.
“A Sweets & Snacks, em termos de qualidade, é uma feira bastante movimentada e com potencial de negócios acima da média”, diz. Ele destaca que é mais fácil fazer negócios nos países árabes do que nos mercados dos Estados Unidos e da Europa. “O árabe está mais aberto a parcerias e tem uma boa receptividade aos produtos brasileiros”, afirma.
Doces para os árabes
De acordo com dados da Abicab, de janeiro a julho deste ano, o Brasil exportou ao mundo 63,4 mil toneladas de produtos de confeitaria, um volume 2,9% menor que no mesmo período de 2013. Já as receitas tiveram queda de 8,5%, somando US$ 161 milhões. “Os problemas na Venezuela e na Argentina tiveram grande impacto sobre as vendas”, explica Solano.
Na contramão da queda das exportações para o mundo, os números das vendas para o Oriente Médio apresentaram alta até julho deste ano. “Eles estão comprando mais do Brasil”, comemora Solano, lembrando que os valores incluem também os países não-árabes da região.
Até o julho, o Brasil exportou 2,9 mil toneladas de produtos de confeitaria para o Oriente Médio, 10,3% a mais que no mesmo período de 2013. As receitas alcançaram US$ 6,1 milhões, um aumento de 12,3% no período. Solano diz que isso se explica justamente pela maior abertura do mercado árabe aos produtos brasileiros e pela maior facilidade em se fazer negócios na região, que não exige, por exemplo, altíssimos investimentos em marketing, como acontece nos Estados Unidos.
Segundo o gerente, os principais mercados árabes para o setor de confeitaria brasileira são o Iêmen e a Argélia. As balas são os principais itens importados por estas nações.