São Paulo – Três empresas brasileiras participam pela primeira vez da Mactech, feira de máquinas e equipamentos agrícolas e industriais, que começa nesta quinta-feira (25) no Cairo, capital do Egito. As companhias vão expor até domingo (28) no estande da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
A Indústrias Reunidas Colombo, por exemplo, que vai participar da feira, quer apresentar aos árabes seus maquinários para o recolhimento de grãos, como milho, amendoim e feijão. Segundo o assessor da presidência da empresa, Acir Ferreira de Camargo Junior, a Colombo já realizou algumas vendas para o Egito e Líbano e no começo deste ano fechou três embarques ao Sudão.
"Sabemos que existe um mercado muito interessante no Norte da África, por isso estamos apostando nessa feira", afirmou Junior. De acordo com ele, a Colombo vem investindo no mercado árabe há um bom tempo, inclusive a empresa já participou de feiras na Arábia Saudita e na Síria.
Com sede no município de Pindorama, no interior de São Paulo, a Colombo está há 35 anos no mercado brasileiro e exporta para 34 países. Segundo Junior, cerca de 40% da produção da empresa é destinada o mercado externo. Um diferencial da companhia é, de acordo com Junior, é o atendimento ao cliente. “Quando a gente vende as máquinas, mandamos uma equipe de técnicos para fazer um treinamento com os revendedores”, afirmou.
Na Mactech, Junior afirmou que um dos objetivos é achar revendedores nos países árabes. A busca por representantes também é um dos objetivos da participação da Tatu Marchesan, empresa de equipamentos agrícolas, na feira do Egito. “Existe um grande potencial nesses países árabes”, disse o representante de vendas da empresa, Gustavo Lucchese.
Segundo ele, a Tatu Marchesan vai promover na feira plantadeiras e semeadeiras de pequeno porte, que podem ser usadas na agricultura familiar. A empresa já exportou para o Egito, mas foram alguns embarques. Atualmente, a companhia está presente em 60 países, entre eles o Sudão, onde já conta com um representante. “Essa vai ser a primeira participação numa feira em um país árabe”, disse Lucchese.
Fundada há 80 anos, a Tatu Marchesan destina 35% de sua produção para o mercado externo. Com sede em Matão, no interior de São Paulo, a empresa produz diversos equipamentos e maquinários agrícolas.
A terceira empresa que vai estar no estande da Câmara Árabe é a Apema, de equipamentos industriais, como trocadores de calor, condensadores, evaporadores, entre outros. A companhia ainda não exporta para o mercado árabe.
De acordo com o gerente do departamento de Desenvolvimento de Mercado da Câmara Árabe, Rodrigo Solano, as atividades industriais e agrícolas do Egito são responsáveis por 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, o que mostra o potencial do país em importar equipamentos e maquinários.
No ano passado, por exemplo, o Egito importou US$ 6,13 bilhões, o que faz do setor de máquinas e equipamentos o responsável por 11% das compras do país no mercado internacional e o principal item da sua pauta de importação.
As exportações brasileiras de máquinas e equipamentos para o Egito, no entanto, ainda são pequenas, considerando o que o país compra no mercado internacional. De janeiro a outubro, o Brasil exportou US$ 26,73 milhões, uma queda de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais produtos embarcados foram motores de pistão, bombas de ar, compressores e Bulldozers.
No ano passado, a Mactech reuniu 750 expositores de 44 países. O evento é realizado no Cairo International Convention Center (CICC), em Nasr City.