Geovana Pagel
São Paulo – O Brasil é o segundo produtor mundial de couros (atrás apenas da Itália), acabados e não-acabados. No ano passado, o país exportou US$ 963,6 milhões, que correspondem a 241,5 mil toneladas de couros e peles. Até agosto deste ano, já foram vendidos US$ 679,2 milhões, que representam 164,2 mil toneladas. Enquanto comemora a boa fase das exportações, o setor busca conquistar novos mercados como o bloco árabe.
“Há três anos o setor vem crescendo aproximadamente 20% ao ano e 2003 certamente não será diferente”, diz Amadeo Fernandes, presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).
De acordo com Fernandes, o grande objetivo da marca “Brazilian Leather”, criada no ano 2000 em parceria com a Agência de Promoção das exportações do Brasil (Apex), é incrementar as exportações dos produtos com maior valor agregado. “O couro acabado exportado possibilita maior geração de empregos e divisas”, explica.
Segundo ele, é preciso criar uma cultura exportadora, incentivando a participação dos associados das entidades envolvidas em seminários, feiras e missões.
Uma das possibilidades seria agir em conjunto com outros setores para aumento das exportações de produtos que utilizem o couro tais como: indústria têxtil, indústria de móveis, indústria de artefatos e acessórios em couro, kits em couro para marketing e couro para uso em automóveis.
“Este governo (federal), em especial, está incentivando diversos setores a abrirem novos mercados e esta iniciativa, sem dúvida alguma, inclui os países árabes”, ressalta o presidente do CICB. “Assim que for planejada alguma missão para a aquela região, o setor se fará presente”, garante.
Compras árabes
Mesmo sem nenhuma prospecção de mercado até o momento, os países árabes já realizaram as primeiras compras de couro brasileiro.
O Egito, que importou US$ 22,035 mil em couro, em 2003, seguiu o exemplo dos Emirados Árabes Unidos, Líbano e Marrocos, que já importaram couro brasileiro em anos anteriores.
De acordo com Fernandes, o foco para 2004 continua sendo ampliar o número de empresas exportadoras de couro acabado e abrir novas frentes em parceria com outras entidades para expansão da exportação do couro.
Para tanto, também será necessário um maior intercâmbio técnico e comercial entre curtidores e confeccionistas de roupas, cintos, bolsas, indústrias de móveis, calçados, mármores, granitos e artes. Tudo isso, para dinamizar e expandir a exportação nacional de componentes para couro, calçados e estimular a atividade de artesãos.
Programa Setorial Integrado
Das empresas que participam do Programa Setorial Integrado (PSI) que busca incrementar as exportações, num total de 206, a maioria são empresas de pequeno porte (121), que processam até 800 peles/dias. Apenas sete empresas são classificadas como de grande porte, pois produzem mais de 3 mil peles/dia.
Os parceiros do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil(CCIB) no programa brasileiro de expansão das exportações de couro são os curtumes, as entidades regionais do setor curtidor, os frigoríficos e as associações rurais, bem como fabricantes de artefatos e móveis em couro que, engajados no projeto, atuam de forma coordenada e se responsabilizam pelas ações inerentes a suas atividades industriais.
Há uma constante articulação entre todos esses atores, envolvendo todas as etapas da cadeia produtiva, com vistas ao aumento das exportações.
Esta ação envolve oito sindicatos regionais da indústria de curtumes, 29 frigoríficos, 16 organizações voltadas para a pecuária, desde sindicatos, associações, escolas técnicas, secretarias de estado, até universidades.
Contatos
CCIB
Tel: 55 61 224 18 67
Fax: 55 61 323 79 43
Programa Brazilian Leather
brazilianleather@brazilianleather.com.br

