São Paulo – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) está apoiando empresas brasileiras da área de petróleo e gás a se estabelecerem na região do Oriente Médio. A informação é do coordenador de Imagem e Acesso a Mercados da agência, Gilberto Lima Jr. Este trabalho está sendo feito por meio do centro de negócios que a Apex mantém em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
“A cadeia produtiva brasileira do setor de petróleo e gás está descobrindo o mercado [do Oriente Médio] realmente de uma forma mais estruturada. Com o apoio que o nosso centro de Dubai tem fornecido, nós acreditamos que esse é um segmento que vai crescer muito”, declarou Lima Jr., em entrevista à ANBA, durante o seminário “Internacionalização de Empresas Brasileiras”, realizado hoje (07) na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O evento foi promovido pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) e pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ambas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Na abertura do seminário, o ministro Miguel Jorge apresentou um termo de referência da internacionalização das empresas brasileiras, que levou cinco meses para ser elaborado por seu ministério e também pela Casa Civil e Ministério das Relações Exteriores.
"Há uma clara necessidade de termos políticas públicas claras para apoiar a internacionalização", afirmou Jorge. "O governo está consciente de que deve trabalhar para melhorar as condições para que nossas empresas se internacionalizem", completou.
Atualmente, a Apex atende a 11 empresas brasileiras no seu centro em Dubai. Segundo Lima Jr., no primeiro trimestre de 2010, a capacidade física de atendimento do centro deve atingir sua capacidade máxima, de 20 empresas. No entanto, ele destaca apoio é ilimitado nas áreas de inteligência comercial, articulação de negócios locais e de assuntos estratégicos.
O centro de Dubai atende a empresas dos setores de calçados, têxtil, construção, autopeças e alimentos. “A gente tem utilizado o Oriente Médio como um dos principais mercados de renovação das nossas exportações, e esperamos nos próximos anos ampliar o potencial de relacionamento comercial do Brasil com os Emirados Árabes através de Dubai. O centro serve de plataforma de incubação para as empresas que querem estar na região e, com certeza, ele vai ser um centro cada vez mais importante”, afirmou o presidente da Apex, Alessandro Teixeira.
Ele diz considerar muito importante a internacionalização das empresas brasileiras no Oriente Médio, porém, “não tanto para estabelecimento de empresa de produção, porque muitas das coisas que esta região compra não tem como se produzir lá, mas principalmente na área de representação e revenda”.
Welber Barral, Secretário do Comércio Exterior do MDIC, afirmou que o “estado é um facilitador da internacionalização”. “O papel do estado é eliminar os entraves. Queremos ter uma competitividade de internacionalização das empresas que hoje a China e a Índia têm”.
Segundo Barral, a experiência mais consolidada de internacionalização das empresas brasileiras se dá na América Latina, mas este processo também está crescendo na África e no Oriente Médio. “Um fato muito interessante é o Habib’s estar abrindo lojas no Oriente Médio. Isso mostra a qualidade da internacionalização do produto brasileiro”, declarou o secretário.