São Paulo – O projeto Texbrasil – Programa Estratégico da Cadeia Têxtil Brasileira- tem como objetivo para 2010 exportar US$ 572 milhões no setor de moda, envolvendo 1.174 pequenas e médias empresas brasileiras. A realização do projeto é feita em parceria pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Entre os 38 países-alvos definidos pela equipe de inteligência da Apex para alcançar esta meta, estão três países árabes: Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, para vestuário, cama, mesa e banho; e o Egito, no setor têxtil.
O Texbrasil foi criado em 2000, com a meta de preparar as empresas brasileiras para competir no mercado internacional. Nos últimos oito anos, as empresas participantes do projeto ampliaram suas exportações em 27%. Juntas, elas são responsáveis por 23% de toda exportação do setor.
Segundo a Apex, atualmente o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial da produção de jeans, o terceiro nos tecidos de malha e o sexto em artigos têxteis e de vestuário, entre outros.
De janeiro a dezembro de 2009, as exportações de produtos têxteis brasileiros geraram receita de quase US$ 1,7 bilhão. Os maiores mercados compradores destes produtos foram Argentina, Estados Unidos, Paraguai, México e Venezuela.
Em 2008, a Apex realizou uma pesquisa em quatro setores da moda (jóias e bijuterias; calçados; têxteis e cosméticos/higiene pessoal) em oito países do Oriente Médio: Emirados Árabes, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita, Catar, Bahrein, Kuwait e Omã.
Considerando alguns critérios específicos, como o fato do país já ser um comprador de moda brasileira, a capacidade de entrega das empresas nacionais e a compatibilidade dos produtos originais com o gosto local, o objetivo era colher mais informações sobre o mercado da moda nestes países, além de identificar novos nichos.
Foi desta pesquisa que se destacaram os Emirados Árabes e a Arábia Saudita como fortes compradores potenciais para moda brasileira. O Egito foi agregado à lista por ter grandes possibilidade de aceitação aos produtos nacionais.
Segundo Rodrigo Iglesias, analista de Inteligência Comercial para África e Oriente Médio da Apex, a agência tem recebido um retorno bastante positivo das empresas brasileiras que têm feito negócios com os países árabes. De acordo com ele, as companhias que aprenderam a negociar com este mercado têm obtido sucesso em suas vendas.
“São compradores que precisam de uma fidelidade. Há uma consciência das empresas de que é necessário ter paciência. Existe uma necessidade de que haja maturidade no relacionamento entre a empresa brasileira e o comprador árabe”, disse.
Em 2009, a Arábia Saudita foi o principal comprador árabe da moda brasileira, tendo importado o equivalente a US$ 3,7 milhões. Já o Egito comprou o equivalente a pouco mais de US$ 3 milhões, e os Emirados Árabes US$ 2,2 milhões.
A cadeia têxtil brasileira representa hoje 17,2% do Produto Interno Bruto da indústria de transformação do país.