São Paulo – O Brasil quer avançar na ovinocaprinocultura e deixar de ser importador para se tornar exportador na área. O comércio do segmento movimenta US$ 11 bilhões ao ano, principalmente com produtos da ovinocultura, como lã e carne, e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), que acabam de divulgar o Estudo de Mercado Externo de Produtos Derivados da Ovinocaprinocultura, querem maior participação neste bolo.
"O Brasil está perdendo a oportunidade de desenvolver a sua cadeia produtiva de ovinos e caprinos e ocupar as imensas áreas de pasto subutilizadas do país", afirmou o vice-presidente da Arco, Arnaldo dos Santos Vieira Filho. Segundo ele, o rebanho de ovinos e caprinos do Brasil é formado por 26 milhões de cabeças, sendo que boa parte dele vai para subsistência de famílias que vivem principalmente no Nordeste do país. "Teremos que praticamente dobrar nossa produção para atender a demanda externa, pois temos um grande mercado interno".
Para o dirigente da Arco, as melhores oportunidades para o estão na Europa, Estados Unidos, México e Oriente Médio. "Muitos importadores árabes já bateram na nossa porta, mas, infelizmente, ainda não temos condições de atender uma demanda tão grande", disse Vieira Filho. De acordo informações do coordenador nacional da Carteira de Ovinocaprinocultura do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Ênio Queijada, publicadas na Agência Sebrae, o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente em exportações.
O coordenador também afirmou, no entanto, que há janelas de oportunidades no mercado externo. “No caso da comercialização de animais vivos, vencendo as barreiras sanitárias e técnicas, as dificuldades são menores, podendo ser uma opção interessante de atuação", disse Queijada à Agência Sebrae.
O estudo do MDIC e Arco foi um pedido da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e foi levado adiante entre os meses de junho e novembro do ano passado. Foram levados em conta dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), da Organização das Nações Unidas para o Comércio (Comtrade), da Comissão Européia e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros organismos.
Atualmente, os grandes exportadores mundiais de ovinos são Nova Zelândia e Austrália. Segundo o estudo, o Brasil precisa se espelhar neles, além do Uruguai, para desenvolver o mercado internacional de carnes na área. O rebanho mundial de ovinos diminuiu cerca de 8% nos últimos 20 anos, mas a produção de carne avançou 27% no período. Já o rebanho de caprinos cresceu ao redor de 40% nos mesmos anos.
*Com informações da Agência Sebrae

