Brasília – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) vão financiar a vinda de pesquisadores agrícolas africanos ao Brasil.
Representantes das três instituições assinaram, na quarta-feira (19), uma carta de intenções para promover o intercâmbio de especialistas. O objetivo é promover a cooperação técnica entre Brasil e os 55 países africanos, fortalecendo a rede de colaboração internacional com foco na segurança alimentar.
Detalhes sobre a execução da iniciativa ainda vão ser definidos, mas as instituições já anteciparam que a ideia é contemplar, por um período de tempo, ao menos 30 pesquisadores de institutos científicos, universidades ou órgãos de governo.
Três áreas de pesquisa serão contempladas: agricultura regenerativa – como forma de preservar os recursos naturais, tornando a produção mais sustentável; segurança alimentar e nutricional, a fim de garantir acesso a alimentos saudáveis às populações, e resiliência e recuperação de áreas degradadas – aspecto fundamental para a sustentabilidade dos agrossistemas produtivos.
Seminário
A carta de intenções foi firmada durante o seminário Diálogo África-Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na Agropecuária, realizado na sede da Embrapa, em Brasília. Participam representantes do governo federal, embaixadores de países africanos com representação diplomática no Brasil, integrantes de instituições de cooperação e pesquisa e o cientista indiano Rattan Lal, ganhador do Prêmio Nobel.
O seminário serviu de evento preparatório para a reunião que, em maio deste ano, trará ministros da Agricultura africanos a Brasília, para discutir formas de aumentar a produtividade agropecuária no continente. Embora concentre quase 65% das terras aráveis não-cultivadas e cerca de 10% dos recursos renováveis de água do planeta, o conjunto dos países africanos importa boa parte do alimento que consome.
Leia também:
Brasil quer mais comércio com a África