Débora Rubin
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São Paulo – Jeanine Pires, presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), acaba de voltar dos Emirados Árabes Unidos, onde participou de eventos do setor. Foram quase trinta horas para ir e mais 30 horas para voltar, entre escalas e longas esperas em aeroportos. Essa maratona tem data marcada para acabar: dia 1º de outubro, quando começam os vôos da Emirates entre Dubai e São Paulo. O tempo previsto para esse vôo é de 14 horas. Jeanine esteve na cidade neste último fim de semana para participar da Emirates Holiday, workshop da operadora de turismo que pertence à companhia aérea árabe. “Foi a primeira vez que participamos, já que é a primeira vez que o Brasil vai aparecer nas brochuras da operadoras”, explica Jeanine. Representantes de sua equipe continuaram por lá para participar da Arabian Travel Market, que termina amanhã (4).
Ao longo do último fim de semana, a Embratur apresentou o Brasil para quase 500 agentes de turismo que estavam no evento. Além de profissionais dos Emirados, havia gente de países vizinhos como o Kuwait e ainda de países não árabes como o Paquistão e a Índia. Segundo Janine, aparecem na brochura da Emirates Holiday quatro destinos brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Foz do Iguaçu e Manaus. “São os quatro lugares que trabalhamos quando divulgamos o Brasil para países que desconhecem aqui”, diz Jeanine. O Rio dispensa explicações, São Paulo por sua forte vocação de negócios. “E Foz do Iguaçu e Manaus porque são os dois grandes ícones do ecoturismo”, finaliza a presidente da Embratur.
Segundo Jeanine, as principais perguntas e curiosidades dos agentes eram sobre as distâncias entre esses destinos no Brasil, o que essas cidades oferecem para facilitar a vida dos turistas e quais as principais atrações. Além de questões técnicas sobre visto. A equipe da Embratur também obteve informações estratégicas sobre os turistas que começarão a vir com o vôo da Emirates. “São pessoas que viajam em família e costumam passar longos períodos nos destinos escolhidos. Além disso, buscam hotéis sofisticados, de luxo”, conta Jeanine. “São também muito interessados pela cultura do país que visitam e gostam de comprar”.
O vôo Dubai-São Paulo pode ser mais que uma porta de entrada para árabes. Para Jeanine, pode ser também uma porta para indianos e asiáticos em geral. “Nova Déli (Índia) fica a apenas duas horas de Dubai”. Durante o workshop, cinco bailarinos se apresentavam durante os intervalos das apresentações ao som de samba, gafieira e outros ritmos brasileiros. Quatro chefs brasileiros, todos do Grand Hyatt São Paulo, cuidaram do cardápio de um jantar para mil pessoas.
Segundo Jeanine, o trabalho feito nos Emirados Árabes será reportado à ministra do Turismo, Marta Suplicy, que deve anunciar em breve um novo plano de promoção internacional.
Estrangeiros no Brasil
Segundo o Ministério do Turismo, de acordo com o Banco Central, entraram US$ 434 milhões pelas mãos de turistas estrangeiros no país no mês de março. Nos três primeiros meses do ano, foram US$ 1,332 bilhão – valor superior 9,66% ao mesmo período do ano passado. De acordo com uma avaliação da Embratur, os estrangeiros têm permanecido mais tempo no Brasil e, portanto, gastado mais. A projeção do Ministério é a de que a receita anual bata em US$ 4,8 bilhões. Em 2006, foram US$ 4,316 – o melhor ano da história do turismo desde 1969, quando o BC começou a fazer essa contagem. No ano passado, pouco mais de cinco milhões de estrangeiros passaram por aqui.