São Paulo – As exportações brasileiras de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus foram recorde em 2017, com mais de 762 mil unidades embarcadas, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta sexta-feira (05). O volume superou em 46,5% o resultado de 2016 e deixou para trás a marca de 725 mil unidades exportadas em 2005, até então o melhor resultado para vendas externas do setor.
Em faturamento, os embarques da indústria cresceram 48,6%, alcançando US$ 15,851 bilhões. Não foi, porém, a maior receita obtida pelo setor na história, pois em 2011 e 2013 os valores superaram os US$ 16 bilhões.
O resultado foi celebrado pelo presidente da Anfavea, Antonio Megale. “Esse crescimento nas exportações veio para ficar. As montadoras estão de olho no mercado externo, os acordos comerciais com outros países estão avançando e, com isso, estamos subindo degraus no ranking de itens mais exportados dentro do resultado da balança comercial”, afirmou o executivo, em entrevista coletiva.
Para 2018, a associação projeta novo aumento nos embarques: de 5% em volume, avançando para um novo recorde de 800 mil unidades exportadas, e de 5,4% em receita, somando US$ 16,7 bilhões. Embora não seja o foco prioritário das montadoras, que ainda vislumbram ampliar mais as vendas para a América Latina, os países árabes são um mercado ao qual as empresas sempre estão atentas.
“O Oriente Médio tem um grande potencial, nós já chegamos a exportar muito para lá no passado. Mas ainda precisamos ocupar espaço na América Latina, existem mercados muito interessantes e com grande crescimento, como a Colômbia e o Chile. Claro que, em paralelo, seguiremos negociando com outros países”, disse Megale.
O executivo disse que o acordo de livre comércio do Mercosul com o Egito contempla a indústria automotiva, mas ainda não foram fechados negócios no âmbito do tratado, que entrou em vigor no ano passado. Contudo, segundo ele, as empresas já começaram a mapear oportunidades no país africano.
No ano passado, a indústria automotiva brasileira exportou o equivalente a US$ 372,9 milhões para os países árabes, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. O resultado foi 0,3% superior ao de 2016. Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos foram os principais destinos do setor em 2017.
Importação
Megale projeta crescimento da importação de veículos este ano, aumentando a participação dos importados no mercado interno dos atuais 11% para 15%. O motivo é a redução das tarifas sobre os modelos comprados de outros países e a entrada em vigor de acordos comerciais bilaterais, como o assinado por Brasil e Colômbia.
No ano passado, foram importadas 244,1 mil unidades, queda de 10,7% em relação a 2016. No total, os brasileiros adquiriram 2,239 milhões de veículos nacionais e importados, alta de 9,2% sobre o ano anterior.
A produção cresceu 25,2% de 2016 para 2017, somando 2,7 milhões de unidades. Para Megale, os desempenhos do mercado doméstico e das importações colaboraram para o aumento do ritmo das fábricas.
A Anfavea projeta crescimento no mercado doméstico e na produção em 2018: 11,7%, para 2,5 milhões de veículos vendidos, e 13,2%, para 3,055 milhões de unidades fabricadas.