Alexandre Rocha
São Paulo – Os exportadores brasileiros de móveis vão poder contar com um centro de distribuição para suas mercadorias na zona franca de Jebel Ali em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
De acordo com o responsável pelos projetos da indústria moveleira da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), Rogério Bellini, a estrutura deve começar a funcionar em 60 dias, fruto de um acordo entre a Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimóvel), a Apex e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB).
"Já foi alugado um depósito de 500 metros quadrados. Agora a Abimóvel está estudando as regras de utilização do espaço, como ele será operacionalizado. Acho que vai mais uns dois meses para ele começar a funcionar direitinho", disse Bellini, por telefone, à ANBA. Ele está em Dubai participando da Index, feira da indústria moveleira que começou nesta terça-feira (07).
Bellini acredita que o centro vai ajudar a diminuir significativamente o tempo das entregas para os Emirados e demais países árabes.
"Hoje as entregas demoram de 45 a 60 dias, com o centro elas passarão a ser quase imediatas", afirmou. Isto porque, segundo ele, os exportadores de móveis vão poder manter estoques em Dubai, evitando que a mercadoria tenha de ser enviada do Brasil toda vez que houver um pedido.
Além disso, os móveis que chegam desmontados em Dubai passarão a ser montados no centro, onde também poderão receber acabamento. A estrutura deverá contar ainda com serviços de manutenção.
Ainda não está fechada a lista de empresas que vão usar o centro, mas Bellini acredita que provavelmente exportadores de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro terão interesse. Dez empresas de Brasília já têm até um showroom em Dubai, em sociedade com um empresário local, mas não dispõem de estrutura para armazenagem e distribuição.
Feira
Apesar de ter sido inaugurada ontem (07), é a partir de hoje (08) que a Index estará aberta ao público, varejistas e atacadistas, principalmente, interessados em fechar negócios no local – o dia de abertura é reservado aos traders. Bellini disse que muita gente acaba comprando até as amostras.
Ele afirmou que ontem chamaram bastante atenção os produtos de duas empresas: A Armando Cerello Indústra e Comércio de São Paulo, que produz móveis de fibras naturais, como junco e rattan, e a Velha Bahia do Rio de Janeiro, que usa madeira de demolição em seus produtos em estilo colonial.
"Esses móveis chamaram muita atenção, porque são muito diferentes do que eles estão acostumados por aqui", afirmou Bellini.
O técnico da Apex disse que o estande brasileiro na feira "está muito mais bonito" do que no ano passado. Em um espaço de 440 metros quadrados foram alojadas 35 empresas. "O pessoal elogiou muito a estrutura", disse Bellini.
Ontem, excepcionalmente, a feira funcionou das 11 horas até às 19 horas, horário local (sete horas para frente do horário de Brasília). A partir de hoje ela vai abrir das 9 horas às 13 horas e das 17 horas às 21 horas.
Segundo Bellini, entre os visitantes estão representantes da indústria hoteleira. De acordo com informações do site AME Info, de informações econômicas sobre os países árabes, está sendo planejada a construção de cerca de 150 novos hotéis de quatro e cinco estrelas na região, além de shopping centers, complexos residenciais e edifícios comerciais. A Index não é apenas uma feira de móveis, mas também de decoração e design.
Até agosto deste ano, o Brasil exportou US$ 1,6 milhão em móveis para os Emirados, mais do que em todo o ano passado, em que as exportações ficaram em US$ 825 mil.