São Paulo – A edição 2008 da Big 5 Show, principal feira de construção civil do mundo árabe, terá presença maciça de brasileiros. O Pavilhão Brasil, organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB), em parceira com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) reunirá 37 empresas dos setores de revestimentos cerâmicos, rochas ornamentais, metais sanitários e fechaduras. A edição deste ano ocorre de 23 a 27 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Além disso, mais de 200 empresários brasileiros – integrantes de entidades de classe e governo, farão visitas à feira e terão oportunidade de mostrar a capacidade de produção da indústria de construção civil cujo faturamento em 2008 será de US$ 46,2 bilhões, segundo análise da Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção (Abramat).
“Nós estamos muito orgulhosos de participar dessa parceria com a Apex numa das principais ações da Câmara no mercado árabe. A entidade está fazendo um trabalho de prospecção para apresentar a região para os empresários brasileiros que farão parte da missão em Dubai”, disse Antônio Sarkis Jr, presidente da Câmara Árabe. "É o maior grupo da história da participação brasileira na feira", afirmou Sarkis.
Segundo ele, é nítido o interesse de todo o mundo sobre a perspectiva de crescimento do setor de construção civil nos países árabes para os próximos anos. “A tendência é aumentar inicialmente a estrutura de construção. Mercado bom com perspectiva de melhorar a cada ano”, destacou.
Michel Alaby, secretário-geral da Câmara Árabe, também concorda que o que mais chama a atenção nessa edição é o crescimento do número de empresários brasileiros interessados em visitar a feira. “Várias entidades de classe do Brasil estarão visitando a Big 5”, destaca.
Entre as entidades que farão parte da missão brasileira ao emirado, Alaby cita a delegação do estado de Santa Catarina, com 70 empresários, liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI); a delegação do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon/RS) com cerca de 50 empresários; a delegação do estado de Pernambuco com cerca de 80 pessoas entre políticos e empresários; e ainda, uma delegação do estado do Ceará, com cerca de 20 participantes, da Federação da Indústria e Comércio do Ceará (Fiec).
“Na semana que vem vamos conversar com a assessoria do vice-governador de Brasília que também pretende levar uma delegação”, conta o secretário. Em Dubai, além de visitar a Big 5, para olhar e verificar as tendências do setor, pesquisar preços praticados pelos concorrentes e fazer contatos com importadores de lá e outros países, os empresários brasileiros irão participar de um seminário de apresentação do mercado de construção civil no Oriente Médio – com especialistas e consultores árabes, no dia 22 de novembro, ainda sem local definido. “Além do seminário, serão realizadas diversas outras atividades paralelas como tour pela cidade”, antecipou Alaby.
Segundo ele, a feira é um show de oportunidades de negócios. “A Big 5 é umas das três feiras mais importantes do setor da construção civil do mundo pelo tamanho dos expositores, número de visitantes e negócios”, destaca. Em 2007, a feira ocupou mais de 10 mil metros quadrados, recebeu mais de 50 mil visitantes e gerou mais de US$ 1 bilhão em negócios
“É sopa no mel. As possibilidades de negócio são muito grandes com importadores de toda a região. Um mercado muito importante do ponto de vista de obras. Mesmo com a crise internacional, não vai ter reflexos na região, pois possuem um número de reservas apreciável e um sistema bancário forte”, garantiu.
De acordo com Adalberto Schiehll, gestor de projetos da Apex, o segmento de construção civil no Oriente Médio é potencial para o Brasil por ser capitalizado e ter muito interesse em investir no setor imobiliário. “O governo brasileiro tem como meta aumentar as exportações brasileiras de 1,1% do mercado mundial, para 1,25% até 2010. Para isso temos que sair em busca de novos mercados”, disse.
Além disso, segundo Schiehll, o mercado árabe está se abrindo como uma das alternativas para substituir as exportações de casas e material de construção para os Estados Unidos, hoje o maior destino das exportações brasileiras do segmento. “Eu diria que são dois grandes objetivos na feira: O primeiro é atingir a meta de exportação do governo e o segundo é buscar alternativa para os embarques aos Estados Unidos, que já vêm diminuindo a cerca de um ano”, afirma.
O espaço do Brasil
O Pavilhão Brasil na Big 5 Show terá 480 metros quadrados e ficará no saguão central. Se dividirá em ambientes com produtos aplicados, em um projeto do premiado arquiteto e designer brasileiro Ivan Resende. Esta é a quinta participação brasileira na Big 5 Show e o objetivo é mostrar aos compradores a diversificação de materiais de construção fabricados no Brasil, inclusive as possibilidades de customização.
De acordo com pesquisa da Câmara Árabe, em 2007 o Brasil exportou US$ 8,27 bilhões no setor construção para o mundo, montante que apresentou um crescimento de 8,95% quando comparado ao ano anterior. Os principais destinos para as exportações brasileiras neste setor foram os Estados Unidos (US$ 1,78 bilhão), Argentina (US$ 872 milhões), Países Árabes (US$ 379,91 milhões), Venezuela (US$ 368,13 milhões) e Chile (US$ 366,90 milhões).
Quando considerados como um único destino de exportação, os países árabes apareceram como 3º destino para exportações brasileiras de materiais de construção, somando US$ 379,91 milhões em 2007. Os países árabes representaram apenas 4,59% do total das exportações neste setor para o mundo, no entanto o crescimento foi de 21,92% em relação a 2006.
Entre os países árabes, os principais destinos foram Emirados Árabes Unidos (US$ 116,12 milhões), Arábia Saudita (US$ 109,64 milhões), Marrocos (US$ 41,85 milhões), Omã (US$ 21,94 milhões) e Argélia (US$ 21,36 milhões).
Serviço
Feira Big 5 Show
De 23 a 27 de Novembro de 2008
Dubai, Emirados Árabes Unidos

