São Paulo – O Brasil deve ser dono de 44,5% do mercado mundial de carnes em 2020. Isso por conta de um aumento de 37,8% na produção até lá. A projeção é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que divulgou nesta quinta-feira (4) um estudo sobre o assunto. Além das carnes, a safra de grãos terá uma expansão de 36,7% no período, passando de 129,8 milhões de toneladas em 2008/2009 para 177,5 milhões em 2019/2020. A expectativa é de que essa alta seja estimulada principalmente pelo mercado interno, num cenário em que as lavouras serão cultivadas de modo cada vez mais eficiente.
"No caso das carnes, esse aumento está ligado principalmente ao aumento da renda no país, que leva a um consumo maior desses produtos. Até 2010, a expectativa é de que o Brasil cresça ao ritmo de 5% ao ano", explica o coordenador geral de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques.
Nesse cenário, além do consumo interno, a expectativa é de que ganhem força as exportações de produtos com maior valor agregado. "É o caso dos embutidos. Isso num contexto em que, no mundo inteiro, aumenta a renda e a urbanização, o que leva a um maior consumo desses itens", diz. Entre os mercados que devem estreitar relações com os produtores nacionais estão os países árabes que, segundo Gasques, são prioridade na agenda de negócios do ministério.
Entre as lavouras, a expectativa de crescimento da produtividade é de 2,7% ao ano até 2020, para 0,45% de aumento na área plantada. Ou seja, o objetivo é plantar mais e melhor em menos espaço, com mais investimento em pesquisa e tecnologia. No caso da cana de açúcar, por exemplo, os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais serão destaque. “Em Minas, por exemplo, a safra vai passar das atuais 56 milhões de toneladas por ano para 98,2 milhões de toneladas, um aumento de 75%”, afirma Gasques.
A segunda maior alta na safra de cana ficará com o Paraná: de 55 milhões de toneladas em 2008/2009 para 90,3 milhões de toneladas em 2019/2020 ou 63,9% mais que hoje. Como isso será possível? "A partir da substituição de outras culturais menos rentáveis pela cana, como o amendoim no Paraná, e o uso de áreas de criação de gado mal aproveitadas em Minas", explica.