Alexandre Rocha
São Paulo – O governo brasileiro vai enviar ainda no início desta semana um carregamento de medicamentos para ajudar no tratamento dos feridos no terremoto que atingiu a região norte do Marrocos na última terça-feira (24/02). Segundo informou à ANBA o embaixador Pedro Motta, chefe do Departamento da África do Itamaraty, o Ministério da Saúde vai disponibilizar três kits de medicamentos para as vítimas.
Cada um dos kits, segundo o diplomata, contém remédios suficientes para o tratamento de 3 mil pessoas durante três meses. O carregamento vai somar 1.143 quilos de medicamentos de 28 tipos diferentes, entre analgésicos, antibióticos, coagulantes e outros.
O tremor de terra de 6,5 graus na escala Richter, que atingiu a zona rural próxima à cidade de Al-Hoceira, localizada na costa do Mediterrâneo a 300 quilômetros da capital Rabat, matou pelo menos 571 pessoas e deixou outras 405 feridas. O epicentro ocorreu no povoado de Ait Kamra, que foi completamente destruído, assim como os vilarejos de Tamassint e Im-Zurem.
A Argélia, Alemanha, Espanha, França, Portugal e Estados Unidos já haviam anunciado o envio de ajuda humanitária ao Marrocos logo após a ocorrência do terremoto. No dia seguinte ao desastre, outros temores menores voltaram a abalar a região. O pior terremoto no Marrocos ocorreu em 1960, em Agadir, e matou 12 mil pessoas.
Em janeiro, um tremor já havia atingido as proximidades de Argel, a capital da Argélia, país fronteiriço ao Marrocos, deixando cerca de 300 feridos. Em maio do ano passado a Argélia sofreu um terremoto de 6,7 graus na escala Richter que matou mais de 2,2 mil pessoas, o mais grave ocorrido no país desde 1980, quando um abalo resultou na morte de mais de 3 mil pessoas.
Motta acrescentou que o envio dos medicamentos será feito com a ajuda da Varig, que vai transportá-los até Madrid na Espanha, e da Air Marroc, que os levará até Rabat. "São medicamentos apropriados para as circunstâncias de calamidades como essa", afirmou o embaixador.
África
Nos próximos dias, o Brasil vai mandar ajuda médica também para São Tomé e Príncipe, país onde se fala o português, localizado em um arquipélago na costa oeste da África. Serão enviados médicos e remédios para ajudar a debelar a ameaça de uma epidemia de cólera.
No caso do Marrocos, não será a primeira vez que o Brasil disponibiliza auxílio humanitário a países do Oriente Médio e da África assolados por catástrofes naturais. Em dezembro do ano passado o país encaminhou uma tonelada de medicamentos para as vítimas do terremoto ocorrido na cidade de Bam, no Irã. Ajuda também foi encaminhada às vitimas do grande abalo ocorrido na Argélia.
O Marrocos está localizado no noroeste da África, faz fronteira com a Argélia a oeste, com a Mauritânia ao sul e está separado da Europa pelo estreito de Gibraltar. A maioria da população, de 30,5 milhões de pessoas, é composta por árabes (70%), e o restante (30%) são berberes.
Trata-se de uma monarquia parlamentarista, tendo o rei Mohammed VI como chefe de estado e o primeiro-ministro Driss Jettou como chefe de governo. O Produto Interno Bruto (PIB) do país é de US$ 47,8 bilhões.

