São Paulo – Uma carga brasileira de frangos orgânicos deverá desembarcar nos Emirados Árabes Unidos nos próximos meses. Primeira empresa a fazer exportações do produto no País, a Korin está em fase final do projeto para abastecer os países árabes – a expectativa do diretor superintendente Reginaldo Morikawa é fazer o primeiro embarque em julho.
Segue, assim, o plano de internacionalização do frango orgânico Korin. No ano passado, 8 toneladas foram exportadas para Hong Kong, completando um projeto iniciado em 2014. “Uma exportação de produtos orgânicos proveniente de proteína animal requer um grande planejamento, tanto do comprador quanto da empresa”, explica Morikawa.
Para entender a complexidade, é preciso saber um pouco mais sobre a Korin, empresa inaugurada em 1994 para produzir carne de frango livre de antibióticos – até hoje o carro-chefe da companhia, sediada em Ipeúna, no interior de São Paulo. Lá, as aves vivem em um sistema com acesso a áreas de pastejo, onde podem expressar seus comportamentos naturais. Também possuem mais espaço nos alojamentos, uma vez que são acomodadas menos aves por metro quadrado, além de não serem submetidas à luz artificial noturna e passarem por um abate humanitário.
Os frangos orgânicos foram lançados pela empresa em 2009. A diferença dos frangos livres de antibióticos para os orgânicos é, basicamente, a ração. O milho e a soja que alimentam as aves que geram a carne orgânica são também orgânicos e certificados. Nos demais casos a base de milho e soja é complementada por prebióticos, probióticos e óleos essenciais de plantas.
Por isso, também, a oferta de carne orgânica ao mercado externo é limitada: “A produção de grãos orgânicos certificados acaba ditando a velocidade do crescimento das exportações”, explica Morikawa. “Temos um compromisso de exportar apenas 10% do total produzido pela Korin, para evitar rupturas no mercado doméstico. ”
O projeto de exportação para os Emirados engloba tanto frangos orgânicos como a proteína livre de antibióticos. “Temos um acordo de preferência com uma empresa que atenderá todo o mercado árabe”, disse o diretor. Segundo ele, a ideia é distribuir o produto para Kuwait, Bahrein, Líbano e Arábia Saudita – mas existe também interesse de outros países da região. “Estamos desenvolvendo embalagens. A estimativa atual é embarcar em julho. ”
Morikawa projeta exportar neste ano de 50 a 80 toneladas de frango orgânico. Além de Hong Kong e dos países árabes, a empresa recebeu consultas de países como Reino Unido, Holanda, Portugal, Peru, Chile, Colômbia, Japão, Coreia do Sul e Cingapura.