Da redação
São Paulo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e o presidente da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), Juan Quirós, vão assinar, durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Índia, entre os dias 25 e 28, um contrato com uma “consultoria técnica especializada no mercado indiano” para prospectar o mercado daquele país e verificar os setores em que o Brasil pode aumentar suas exportações. As informações foram divulgadas hoje (22) pela assessoria de imprensa da Apex.
Serão pesquisados os setores de cosméticos, jóias, calçados, móveis, produtos cerâmicos e equipamentos médicos. A consultoria terá um prazo de quatro meses para fazer o trabalho, a partir do qual a Apex vai definir as ações específicas de promoção comercial, como missões e rodadas de negócios.
Para a agência é extremamente importante também compreender o funcionamento da sociedade indiana, que é extremamente estratificada.
Segundo a Apex, a economia da Índia, que tem mais de 1 bilhão de habitantes, vem crescendo 5% ao ano desde o ano 2000, fato que já justifica o interesse do governo brasileiro naquele mercado.
Tal potencial, de acordo com a agência, também interessa ao Mercosul, uma vez que está sendo negociado um “acordo de preferências fixas” com vistas a fortalecer as relações comercias entre o bloco sul-americano e o país asiático, e abrir caminho para um futuro tratado de livre comércio.
Para a Apex, a proximidade política atingida entre os dois países, por conta da liderança de ambos na formação do G-20, deverá favorecer a aproximação comercial entre eles.
Balança
As relações comerciais entre os dois países ainda são pequenas, apesar das dimensões e capacidade de produção de ambos. Houve queda tanto nas exportações do Brasil para a Índia em 2003, assim como nas importações.
Segundo a Apex, o Brasil exportou o equivalente a US$ 553 milhões, contra US$ 653 milhões em 2002, e importou US$ 485 milhões, frente aos US$ 573 milhões registrados em 2002.
Além disso, a pauta de exportações do Brasil para a Índia é muito concentrada, focada principalmente na venda de petróleo e óleo de soja. Já na mão inversa os principais produtos são óleo diesel e fios de poliéster.
O governo brasileiro pretende ainda incentivar a troca de conhecimento científico em áreas como tecnologia da informação, telecomunicações, biotecnologia, tecnologia espacial e indústria nuclear.