São Paulo – Os embarques de calçados brasileiros a oito países árabes cresceram no acumulado de janeiro a abril deste ano comparado ao mesmo período de 2019. O terceiro principal destino no bloco foi o Kuwait. As vendas para o país cresceram 25,6% em volume, somando 355 mil pares de calçados. Já em receita, as exportações para o mercado kuwaitiano subiram 13,4%, acumulando US$ 2,31 milhões. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Na sequência, outros países que tiveram bom desempenho de receita gerada no período foram a Líbia, com crescimento de 135,7%; o Marrocos, com 38%; o Bahrein que elevou as receitas em 69%; Omã, com 26,4%; o Sudão, com 346,9%; a Jordânia, com 245,7%; e a Tunísia, com 147,2% mais receita.
No geral, no entanto, as vendas ao bloco árabe tiveram receita de US$ 17,42 milhões, com queda de 11,8% em relação ao mesmo período de 2019. Em volume, foram 2,9 milhões de pares de sapatos, número 11,3% menor do que no ano passado.
A queda foi puxada pelos líderes de compras no bloco, que importaram menos. O volume comprado pelos Emirados Árabes Unidos caiu 67,0%, com 282,8 mil pares, e a receita gerada com embarques diminuiu 59,2%. O país recuou, assim, para o segundo lugar no ranking no mercado árabe, atrás da Arábia Saudita. Os sauditas, por sua vez, também compraram 24,7% menos, tendo queda de 0,7% em receita no período de 2020 frente a 2019.
Brazilian Footwear
Entre as empresas calçadistas que participam do Brazilian Footwear, também houve aumento nos números de vendas aos árabes. O programa é desenvolvido pela Abicalçados em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para promover os calçados brasileiros no exterior. O aumento foi registrado nas vendas para oito países da região: Arábia Saudita, Kuwait, Marrocos, Bahrein, Sudão, Tunísia, Líbia e Omã.
O movimento geral de queda nas compras dos Emirados se repetiu entre as empresas do Brazilian Footwear. O país perdeu a liderança, que mantinha com folga em 2019. De janeiro a abril de 2020, a receita gerada com embarques ao país caiu 55,5%, ficando em US$ 2,46 milhões.
A coordenadora de Promoção Comercial da Abicalçados, Letícia Sperb Masselli, explicou que estratégia do programa vem sendo redesenhada há alguns meses. “Até um pouco antes da pandemia, considerávamos como nosso mercado [principal] os Emirados Árabes e a ideia era trabalhar com o projeto comprador trazendo esses executivos para o Brasil. Mas estamos estudando outras possibilidades e parcerias com associações do setor de moda para fazer ação ligada direto ao varejo, possivelmente”, afirmou Masselli.
A coordenadora de Promoção Comercial lembrou que o país árabe, no entanto, ainda tem importante papel nos envios de produtos brasileiros para região do Oriente Médio. Os Emirados são uma plataforma para receber e reexportar os calçados brasileiros, inclusive para países como a Arábia Saudita e outras nações árabes.