São Paulo – A Assembleia Geral da Interpol aprovou nesta terça-feira (5) em Glasgow, na Escócia, a escolha do policial federal brasileiro Valdecy Urquiza como próximo secretário-geral da instituição, em substituição ao alemão Jürgen Stock. Urquiza assume o cargo a partir de quinta-feira (7), no encerramento da Assembleia Geral. Esta é a primeira vez em 101 anos de história que a organização policial escolhe um secretário-geral procedente de um país em desenvolvimento.
Ao agradecer aos delegados da instituição que votaram em seu nome, Urquiza prometeu que irá promover igualdade e diversidade dentro da organização, assim como promover a realização de investigações e operações efetivas em coordenação com os países que integram a Interpol e incentivar iniciativas de capacitação adequadas às necessidades regionais.
“Juntos, podemos construir uma Interpol que sirva como um farol de esperança e segurança, ombro a ombro com todas as forças policiais, em todos os países, para criar um mundo mais seguro para todos”, disse Urquiza.
Assembleia da Interpol debate uso de tecnologia
Formado em Direito, Urquiza é delegado da Polícia Federal desde 2007, de acordo com informações do Ministério da Justiça. É diretor de Cooperação Internacional da PF e, entre 2021-2024, foi vice-presidente da Interpol para as Américas. Urquiza irá se mudar para Lyon, na França, onde fica a sede da instituição.
A Interpol é composta por 196 países-membros, dos quais 153 votaram na escolha do secretário-geral a partir de um processo seletivo iniciado no primeiro semestre. Desses, 145 aprovaram o nome de Urquiza, seis se opuseram e dois se abstiveram. Sua indicação para o cargo foi anunciada em junho. Antes dele, a instituição foi comandada por quatro franceses, um norte-americano, um alemão, um britânico e um austríaco. O mandato para o cargo é de cinco anos, renováveis por mais cinco.
Iniciada na segunda-feira (4), a 92ª Assembleia Geral da Interpol discute também os desafios globais no combate à criminalidade e definiu quatro painéis interativos de debate: as fronteiras das capacidades da biometria; inteligência policial e o futuro do policiamento; sustentar o multilateralismo – uma arquitetura de segurança global integrada; e o futuro da liderança policial. Outros temas em debate são capacidades gerais de policiamento e governança e processamento de dados. O encontro foi aberto pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.
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