São Paulo – No final do ano passado, quando a Seleção Masculina de Voleibol do Marrocos disputou o Campeonato Africano, a voz que estava no comando como técnico era de um brasileiro. O mesmo que neste ano se mudou para o país árabe com a missão de difundir, treinar e melhorar o nível do esporte entre os marroquinos: Augusto Sabbatini.
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Com experiência no Brasil e exterior, Sabbatini foi convidado para atuar no Marrocos em um projeto da Federação Marroquina de Voleibol em parceria com a Federação Internacional. Ele tanto vai chefiar a seleção, quanto viajar pelo país para descobrir novos talentos e para trabalhar com professores e técnicos, levando qualificação e padronização para o ensino. O objetivo é que seja formada uma nova geração de jogadores altamente qualificados no país.
Natural da cidade paulista de Taquaritinga, Sabbatini já treinou equipes em outras nações árabes e muçulmanas, como Kuwait, Catar e Paquistão, e acredita que isso pesou na escolha do seu nome para o projeto. “É uma paixão que virou trabalho, é o que me move”, conta o técnico sobre sua satisfação em ensinar e treinar o voleibol mundo afora e no Marrocos.
No campeonato africano do ano passado, Sabbatini foi chamado de emergência e teve apenas 15 dias de trabalho antes da disputa. A equipe ficou em 5º lugar na competição, que ocorreu no Egito em outubro. Ele conta que aquela seleção ainda não tinha a sua “cara”. Sabbatini tem planos ambiciosos para a equipe que vai treinar e percebe que os marroquinos possuem um bom biotipo para um esporte como o voleibol. “São altos, são fortes”, relata o treinador.
Depois da disputa no Egito, Sabbatini voltou para o Brasil. Ele se mudou definitivamente para o Marrocos neste ano e começou a trabalhar há cerca de 20 dias. A base e moradia do brasileiro será Rabat, mas ele já esteve pelas cidades Meknès e Al Jadida e tem como um dos próximos destinos Agadir. “Avalio as condições técnicas, converso com os treinadores”, conta. O objetivo é que os professores e treinadores usem a mesma metodologia de ensino.
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A seleção que será comandada por Sabbatini será a de voleibol masculino adulto de quadra, mas o seu trabalho pelo país também incluirá o vôlei de praia. Neste ano não haverá disputas internacionais para a equipe que ele treinará, assim o brasileiro acredita que terá um bom período para avaliar e adequar as situações na seleção que foram a seu contento em outubro.
Sabbatini está gostando de morar no Marrocos, que é um país muçulmano, mas é percebido pelo treinador como bem aberto. O voleibol está em segundo lugar entre os esportes preferidos localmente, ao lado do basquete, e atrás do futebol. O brasileiro se comunica com os jogadores por meio do inglês, mas planeja aprender o francês, um idioma amplamente usado no país.
Antes do Marrocos, Sabbatini estava trabalhando com o desenvolvimento do voleibol nas ilhas do Caribe. A atuação profissional e internacional do brasileiro, porém, é vasta, com passagens pelo Myanmar, Nigéria, Kuwait, Vietnã, Paquistão, Trinidad & Tobago, Índia e Catar. No Brasil, Sabbatini começou a carreira jogando voleibol na cidade de origem, mas um convite para ser assistente técnico logo o levou para o comando de equipes, onde está até hoje.
Entre as conquistas do brasileiro estão o segundo lugar no Jogos Sul-Asiáticos de 2010 como técnico da Seleção Masculina de Voleibol do Paquistão, o primeiro lugar no Jogos Sul-Asiáticos 2006 como treinador da Seleção Masculina de Voleibol da Índia e o primeiro lugar na Liga Nacional 2004/2005 no Catar como assistente técnico da equipe masculina de voleibol do Al Arabi Sports Club.